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    MPF marca depoimentos sobre suspeita de vazamento de operação da PF para Flávio Bolsonaro

    Ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, e empresário Paulo Marinho serão ouvidos em 9 de março; investigação foi aberta em maio de 2020 e procurador não descarta acareação

    Leandro Resendeda CNN

    no Rio de Janeiro

    O Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro marcou para 9 de março os depoimentos do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, e do empresário Paulo Marinho no âmbito de uma investigação que apura suspeita de vazamento de uma operação da Polícia Federal (PF) para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

    O procurador Eduardo Benones, responsável pelas investigações, disse não descartar a possibilidade de uma acareação entre os depoentes.

    Em entrevista a um podcast, em janeiro, Weintraub disse ter participado de uma reunião durante a transição para o governo Jair Bolsonaro e, na ocasião, o presidente teria dito aos presentes que sabia de uma investigação que colocaria o filho na mira da PF do Rio de Janeiro.

    “[Bolsonaro] Juntou assim em uma mesa comprida e falou: ‘Ó, eu chamei pelo seguinte: está para aparecer uma acusação, está pegando esse cara aqui’. Apontou para o Flávio.”, disse Weintraub.

    Na última segunda-feira (7), o ex-ministro da Educação foi intimado pelo MPF, pessoalmente, em São Paulo. A CNN procurou Weintraub, Marinho e Flávio Bolsonaro e até o momento não obteve respostas.

    A suspeita de que Flávio Bolsonaro teve acesso a informações privilegiadas foi levantada pelo empresário Paulo Marinho, em 2020.

    À CNN, o procurador Eduardo Benones disse que precisa ouvir Weintraub pois se trata de um “fato novo”, e que mais um depoimento de Marinho é necessário para encaminhar “o encerramento da investigação”.

    O MPF investiga, desde maio de 2020, o suposto vazamento, em novembro de 2018, da Operação Furna da Onça para o senador Flávio Bolsonaro, então deputado estadual. A investigação da PF foi deflagrada em dezembro de 2018 e não mirava o filho do presidente, mas citava, em um relatório do Coaf, movimentações financeiras atípicas de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz. Esse foi o documento enviado ao Ministério Público do Rio e acabou dando base para a investigação do caso das “rachadinhas”.

    Batalha judicial

    O MPF tentou marcar uma acareação entre Paulo Marinho e Flávio Bolsonaro em 2020, mas o senador faltou a audiência alegando prerrogativa de escolher o lugar da oitiva.

    Entre outros reveses, os investigadores foram ainda proibidos, por decisão judicial, de ouvir um ex-advogado de Flávio Bolsonaro e que também teria presenciado o encontro em que a operação da PF teria sido vazada.

    Sem os depoimentos, o MPF tentou quebrar sigilos telemáticos e telefônicos dos assessores que teriam ouvido de uma pessoa da PF que Queiroz estaria na mira da Furna da Onça. A Justiça Federal negou, em primeira instância, e o caso aguarda manifestação da 2ª instancia federal desde janeiro de 2021.