MP-RJ troca comando da investigação do caso Marielle e das ‘rachadinhas’
Crime envolvendo a morte da vereadora e do motorista Anderson Gomes completa 3 anos no dia 14 de março
O novo procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos, trocou o comando de duas das principais investigações tocadas pelo Ministério Público do estado, como o caso da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, mortos em março de 2018, e a apuração dos esquemas de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
A promotora Simone Sibilio, que comandava a investigação do caso Marielle e coordenava o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deixa a apuração sobre o duplo homicídio após 29 meses. No período, o MP e a Polícia Civil chegaram os dois supostos responsáveis pelo crime, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, que devem ser julgados neste ano. O crime completa 3 anos no dia 14 de março e ainda não se sabe se alguém mandou matar a vereadora. Além disso, o Gaeco avançou sobre as milícias no Rio de Janeiro, sobretudo a de Rio das Pedras, a mais antiga em atuação no país.
O Grupo de Atuação Especializado ao Combate à Corrupção (Gaecc) também sofreu mudanças. Apenas dois membros seguem fazendo parte do colegiado de promotores que, entre outras investigações, comandou toda a apuração da suspeita de “rachadinhas” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro. Foi o grupo coordenado pela promotora Patrícia Vilella que pediu, por exemplo, a prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz, apontado como operador financeiro do esquema. Flávio foi denunciado em novembro do ano passado, e há expectativa para que o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) analise se ele se tornará réu ou não ainda no segundo semestre deste ano. O Gaecc está à frente, ainda, das outras apurações sobre esquema de desvio de dinheiro público nos gabinetes de outros deputados estaduais no Rio.
O MP criou uma comissão para auxiliar o novo procurador-geral na reestruturação dos grupos de atuação especializada, e a decisão sobre a continuidade e o comando deles está prevista para o mês que vem.