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    MP-RJ abre investigação contra Gabriel Monteiro por uso indevido de dinheiro público

    Funcionários relataram que vereador chega a fazer R$ 300 mil com monetização de videos no YouTube

    Iuri CorsiniLeandro Resendeda CNN

    O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu um inquérito para para apurar se vereador Gabriel Monteiro (PL) cometeu improbidade administrativa ao usar dinheiro público para contratar, para o seu gabinete, asssessores que lhe teriam prestado serviços particulares. A investigação irá apurar se a máquina pública foi usada para fins que não estão relacionados a atividade parlamentar.

    Monteiro foi alvo nesta quinta-feira (07) de mandado de busca e apreensão. Contra ele, há suspeitas de assédio sexual e moral.

    Em depoimentos prestados à Polícia Civil, funcionários relataram que não trabalhavam no gabinete na Câmara dos Vereadores, mas no chamado “QG” do parlamentar, que fica em sua residência, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. No local, os assessores atuavam produzindo vídeos e conteúdo para redes sociais: TikTok, Youtube, Instagram, Twitter e Facebook.

    Vinicius Witeze, um dos ex-funcionários do parlamentar revelou aos agentes que Monteiro chega a faturar R$ 300 mil por mês só com as postagens feitas no Youtube.

    Em um dos depoimentos, um de seus assessores, Mateus Souza, revelou que era pago com salário da Câmara, no valor de R$ 10.200,00, para exercer o cargo de Auxiliar de Gabinete (DAS-6).

    À polícia, ele declarou que nunca trabalhou fisicamente no gabinete do vereador e que exercia todas as suas funções na casa de Gabriel Monteiro ou em sua casa.

    Atualmente, o canal de Gabriel Monteiro no Youtube tem 6,28 milhões de inscritos. Em seu último vídeo, gravado para se defender das acusações feitas contra ele, o conteúdo foi visualizado por 3,38 milhões de usuários.
    Na terça-feira (5), o Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores decidiu, por unanimidade, abrir representação disciplinar contra o vereador Gabriel Monteiro.

    O caso será avaliado nesta sexta-feira (8) pela Comissão de Justiça. O político pode ter o mandato cassado. A previsão é que o resultado do processo saia em 90 dias.

    A CNN já entrou em contato com a defesa do vereador e aguarda um posicionamento.

    Em nota, a Câmara Municipal do Rio afirmou que “colaborou e garantiu total acesso dos agentes às dependências da Casa e tem agido com celeridade e responsabilidade na apuração das denúncias relacionadas ao parlamentar.”

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