Denunciado por corrupção, Eduardo Paes é alvo de mandados de busca e apreensão
Promotores do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) cumprem mandado de busca e apreensão na casa de Paes
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) cumpriu nesta terça-feira (8) mandados de busca e apreensão contra o ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), denunciado por corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Na semana passada, ele foi indicado para disputar novamente o cargo, que ocupou por dois mandatos (2009-2017).
Os promotores do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) cumprem mandado de busca e apreensão na casa de Paes, zona sul da cidade.
Por meio de nota, Paes disse estar indignado com a operação. “Às vésperas das eleições para a Prefeitura do Rio, Eduardo Paes está indignado que tenha sido alvo de uma ação de busca e apreensão numa tentativa clara de interferência do processo eleitoral – da mesma forma que ocorreu em 2018 nas eleições para o governo do estado”, diz o texto. ” A defesa sequer teve acesso aos termos da denúncia e assim que tiver detalhes do processo irá se pronunciar.”
Também em nota, o Ministério Público Eleitoral afirmou que Paes recebeu aproximadamente R$ 10,8 milhões mediante entregas de dinheiro em espécie por operador financeiro a serviço do Grupo Odebrecht para financiar sua campanha à prefeitura em 2012.
“Os valores foram recebidos indiretamente, por intermédio de Renato Barbosa Rodrigues Pereira e de Eduardo Bandeira Villela, sócios da Prole Serviços de Propaganda, que receberam sucessivas entregas de dinheiro em espécie, visando a custear, de forma dissimulada, a campanha eleitoral em que o então prefeito buscava sua reeleição”, disseram os procuradores.
A denúncia diz ainda que o deputado federal e então chefe da Casa Civil da Prefeitura do Rio de Janeiro Pedro Paulo Carvalho Teixeira, coordenador da campanha eleitoral de Paes, encarregou-se de gerenciar o recebimento da vantagem indevida.
“Além dos documentos e planilhas que instruem os acordos de colaboração dos executivos da Odebrecht, a prática dos crimes é confirmada por grande volume de provas obtidas de fontes independentes”, diz a nota do MPE-RJ.