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    Mourão vê ‘instabilidade emocional’ e defende ‘bola no chão’

    A empresários, vice-presidente também defendeu conscientização sobre cumprimento do Código Florestal

    Marcos Amorozo , Da CNN, em São Paulo

    O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, nesta terça-feira (16), que se recusa a “dizer que exista uma instabilidade institucional” no país. Para ele, o que há, na verdade, é “uma instabilidade emocional”. “As instituições estão aí funcionando, todo mundo dando seu pitaco. Agora, as emoções vão muitas vezes à flor da pele. Palavras saem e voltam. Aí a turma tem que buscar amenizar isso ai, usando a velha filosofia de ‘botar a bola no chão'”, disse em live do Fórum Empresarial Goiano.

    Mourão também afirmou que, desde março, o governo tentou trabalhar, de forma harmônica, as três curvas que tinha pela frente: pandemia, emprego e atividade econômica. “A gente se comunica mal e às vezes não consegue transmitir de maneira organizada o que está fazendo”, disse Mourão ao comentar as ações tomadas no enfrentamento da pandemia. 

    Mourão defendeu a infraestrutura como ferramenta para uma retomada da economia com mais vigor. Porém, ele destacou que falta de recursos estatais exige parcerias nacionais e internacionais com o capital privado. Para se mostrar viável, diz, é preciso que o Brasil tenha ambiente de negócio saudável que dê segurança ao investidor. “Temos espaço fiscal para por uns 3 bilhões de dinheiro público. Então temos que atrair o capital de fora e fazer o nosso dever de casa”, afirmou.

    Economia

    Mourão ainda disse que o governo vinha numa linha liberal desde o início, mas a pandemia exigiu que fossem tomadas diversas medidas emergenciais de incentivo. Segundo ele, será necessário a manutenção de investimentos do governo para o aquecimento da economia, como o auxílio emergencial, além do aumento de linhas de crédito para empresários. Nesse aspecto, ele ressaltou o Fundo Garantidor de Investimentos e o uso dos bancos públicos para a distribuição desses recursos a quem precisa, principalmente pequenas e médias empresas.

    No comércio, o vice-presidente disse que a liberação de linha de crédito para os comerciantes “travou” e o Ministério da Economia estuda como fazer para que o dinheiro chegue aos beneficiários. Ele defendeu o uso dos bancos públicos frente aos privados para que haja um aquecimento e esse crédito chegue a quem precisa. Entre os projetos, está a destinação de cerca de R$ 20 bilhões para as micro e pequenas empresas.

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    Reformas

    O vice-presidente disse que as medias estruturantes ficaram “na ressaca” depois da aprovação da Reforma da Previdência, emendando a pandemia. Ele afirmou ser importante a reforma tributária,com discussões de impostos únicos, e a redução de burocracia. A criação da “carteira verde e amarela” (que flexibiliza direitos trabalhistas), aliada a essas medidas, seria, na visão de Mourão, responsáveis por criar empregos. 

    Mourão fez “mea culpa” pela demora nas alterações no modelo tributário atual, que é regressivo e atrapalha o empreendedorismo e crescimento das empresas. Ele disse que já passou da hora de Executivo e Legislativo sentarem e debaterem os modelos para as mudanças. A reforma, na avaliação dele, precisa ser “posta na mesa” o quanto antes, simplificando e barateando o sistema, o que diminuiria a sonegação. 

    Amazônia

    Mourão disse que o Conselho da Amazônia renasceu a partir da avaliação de que era necessário uma coordenação e controle das ações governamentais de enfrentamento às irregularidades que ocorrem na região. Como primeiros passos, o general, que assumiu o conselho, disse que é preciso limpar a imagem e mostrar que estão sendo feitas ações em todas as esferas governamentais na preservação da Amazônia.

    Isso inclui, segundo ele, entrevistas à imprensa, conversa com embaixadores da Europa, em especial os financiadores do Fundo Amazônia. Ele destacou também a necessidade de ter os dados em mão. Segundo ele, 30% da produção pecuária nacional vêm da Amazônia. Mourão afirmou que quer conscientizar os produtores a seguir o Código Florestal e aumentar a produtividade sem derrubar mais árvores. Ele também defendeu a regularização fundiária e o fim da “indústria da multa”. 

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