Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Moro é quem queria ‘ingerência’ na PF, não Bolsonaro, diz advogado do presidente

    Advogado Frederik Wassef afirmou que presidente da República pode, na sua avaliação, fazer nomeações para funções internas da Polícia Federal

    Da CNN, em São Paulo

    Advogado pessoal do presidente Jair Bolsonaro, Frederik Wassef criticou nesta quarta-feira (6), em entrevista exclusiva à CNN, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Para Wassef, a resistência do ex-ministro em concordar com a demissão do então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, indica que Moro era quem gostaria de ter “ingerência” sobre a corporação.

    “O que se acusa o presidente Jair Bolsonaro, é o contrário. Todos os indícios apontam que quem estava em uma situação irregular, querendo ter essa ingerência, era o próprio ex-ministro”, diz o advogado. Ele diz que o ex-ministro abdicou da “relação impessoal” entre o ministério e a Polícia Federal ao defender Valeixo.

    Questionado se essa mesma prática de relação pessoal não teria sido adotada pelo presidente Jair Bolsonaro, ao fazer a nomeação do delegado Alexandre Ramagem, amigo pessoal e de sua família, o advogado Frederik Wassef negou. “É óbvio que o presidente vai nomear alguém da sua confiança”, disse Wassef, que afirmou ainda não ter conhecimento da amizade entre Ramagem e o presidente.

    O advogado comentou sobre o depoimento que o ex-ministro Sergio Moro concedeu no último sábado (2), no inquérito que apura possível interferência política de Bolsonaro na PF, e ressaltou o ponto em que o ex-juiz diz “não ter atribuído crime” ao presidente. “Quem fala, restabelece a verdade, é o próprio Sergio Moro”, disse.

    Assista e leia também:

    Generais se reúnem com Rodrigo Maia

    TRF-4 nega recurso de Lula e mantém pena de 17 anos no caso do sítio de Atibaia

    Deputados pedem que STF troque presidente da CPMI das Fake News

    Em seu depoimento, revelado em primeira mão pela CNN, Sergio Moro disse que não afirmou que o presidente Jair Bolsonaro tenha cometido crimes porque entende que quem deve atestar isso são as autoridades de Justiça. A fala do ex-ministro vem sendo interpretada como uma tentativa de evitar um possível processo por denunciação caluniosa caso, eventualmente, o presidente venha a ser absolvido.

    Confrontado com outro ponto do depoimento do ex-juiz, em que Moro diz que o presidente Jair Bolsonaro afirma enfaticamente que “quer” a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Wassef disse não saber qual é o interesse do presidente neste cargo.

    No entanto, o advogado defendeu que o presidente possa indicar cargos técnicos de dentro da corporação e afirmou que “talvez” a preocupação de Bolsonaro fosse com a “ineficiência” da PF, em especial com a segurança pública. “O Rio de Janeiro mais se assemelha a um país narcotraficante”.

    Após a suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem pelo STF e a indicação, pelo presidente Jair Bolsonaro, de Rolando Alexandre como diretor-geral da PF, a troca no comando da superintendência do Rio foi consolidada. Saiu Carlos Henrique Oliveira, promovido a diretor-executivo da corporação, e assumiu o delegado Tácio Muzzi.

    Tópicos