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    Moraes indica que será “rigoroso e rápido” em casos de fake news

    Em conversa com interlocutores, o ministro disse que decisão sobre PCC "dará o tom" de como ele atuará na disputa deste ano no comando do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)

    Gabriela CoelhoGustavo Uribeda CNN

    O ministro Alexandre de Moraes, que toma posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 16 de agosto, afirmou nesta segunda-feira (18) a interlocutores que será “rigoroso e rápido” nos casos de fake news.

    Segundo relatos feitos à CNN, o magistrado indicou que a decisão que proibiu associar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à facção criminosa PCC e à morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel é uma mostra de sua atuação a partir de agora.

    A decisão desta segunda-feira (18) foi uma resposta a um pedido feito pelo PT, que solicitou que 14 nomes excluam publicações, entre eles o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), os deputados federais Otoni de Paula (MDB-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP) e também Max Guilherme, então assessor especial de Jair Bolsonaro na Presidência da República.

    Ela foi publicada no mesmo dia em que o presidente promove uma reunião com diplomatas estrangeiros para mostrar o que chama de fraudes no sistema eleitoral. O encontro tem sido interpretado na Corte Eleitoral como uma espécie de provocação às vésperas da disputa presidencial.

    Nos bastidores, integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) dão como certa a inclusão da reunião desta segunda-feira (18) em inquérito que já investiga o presidente por fake news contra as urnas eletrônicas.

    A apuração, que antes ocorria em investigação separada, foi anexada em maio por Moraes ao inquérito das milícias digitais contra as instituições democráticas.

    Na live, realizada em julho do ano passado, o presidente reconheceu que não tinha provas de fraudes nas urnas eletrônicas, apenas “indícios fortes” e apresentou vídeos de redes sociais.

    A transmissão desta segunda-feira (18), no encontro com embaixadores, também não agradou integrantes da campanha à reeleição. Para eles, a reunião apenas serve para radicalizar o discurso do presidente, não tendo potencial de atração de votos, sobretudo entre eleitores moderados.

    Outro lado

    Em resposta à CNN, a deputada federal Carla Zambelli condenou a decisão do ministro.

    “O mais estranho é o seguinte: a gente publicou coisas sobre a delação premiada que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal. Como que a gente pode ser punido por postar uma coisa que foi homologada por eles próprios? Não faz sentido nenhum. E outra coisa: não pode falar de fascismo, de nazismo. Só que eles podem chamar a gente de nazistas e fascistas todos os dias? Eles podem colocar suástica no peito do presidente, fazer um atentado fake para poder mostrar como é um atentado? E colocam uma suástica no peito do presidente? Eles podem tudo, entendeu? E a gente não pode colocar a verdade? Está ficando impossível isso, né?”

    A CNN também entrou em contato, por telefone e por e-mail, com as assessorias de imprensa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), do deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) e de Max Guilherme sobre a decisão, e aguardas as respostas.

    Caso Celso Daniel

    Celso Daniel foi assassinado em fevereiro de 2002, em Itapecerica da Serra, em São Paulo. O então prefeito petista da cidade de Santo André havia sido escolhido para comandar a campanha de Lula à Presidência naquele ano. À época, a Polícia Civil concluiu que ele foi vítima de “crime comum”. No entanto, o Ministério Público afirmou que a versão não se sustenta. O ex-presidente nunca foi investigado formalmente pelo caso.

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