Moraes determina que Fernando Holiday seja investigado por suposto envolvimento no atos de 8 de janeiro
Denúncia de que o vereador incentivou atos criminosos após as eleições de 2022, por meio de redes sociais, chegou à Suprema Corte por meio da Bancada Feminista, um mandato coletivo do PSOL na Câmara de São Paulo
A Polícia Federal vai apurar a conduta do vereador de São Paulo Fernando Holiday (Republicanos) por suposta participação nos atos criminosos de 8 de janeiro. A investigação atende a uma decisão desta quinta-feira (16) do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A denúncia de que o vereador incentivou atos criminosos após as eleições de 2022, por meio de redes sociais, chegou à Suprema Corte por meio da Bancada Feminista, um mandato coletivo do PSOL na Câmara de São Paulo.
Além de material postado na internet, Holiday é apontado pelo grupo por ter comparecido a um bloqueio realizado por caminhoneiros na rodovia Presidente Dutra.
Em vídeos, segundo a denúncia, o vereador também teria atacado o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e afirmou que vai “continuar protestando até o último dia, até que esse sujeito [Lula] caia”.
O Ministério Público chegou a defender que o pedido de investigação deveria ser enviado para a primeira instância porque o vereador não tem foro no STF.
No entanto, o ministro Alexandre de Moraes decidiu manter a investigação na Suprema Corte por conta do vínculo com outros casos investigados.
“As condutas narradas, considerado o contexto geral dos atos ocorridos a partir da proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022, com bloqueio de rodovias, bem como aqueles ocorridos no dia 8/1/2023 em Brasília/DF, com depredação dos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal, em tese se relacionam com diversas investigações em andamento nesta Suprema Corte, de modo que o declínio de competência nesse momento seria absolutamente prematuro”.
Procurado pela CNN, Holiday negou ter ligação com movimentos que participaram de atos criminosos. “Eu não faço e nem nunca fiz parte da organização de nenhuma manifestação com viés autoritário ou de paralisação ilegal.”
“No caso em tela, eu estava indo para o Rio de Janeiro quando fui surpreendido pela manifestação e fiquei parado no trânsito causado por ela, conforme relatado no próprio vídeo que foi divulgado em minhas redes sociais. Ademais, é válido ressaltar que sempre repudiei os atos violentos que ocorreram no dia 8 de janeiro, e nem nunca incentivei ou defendi movimentos intervencionistas ou golpistas”, declarou.