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    Eleições 2022

    Moraes determina apreensão de celulares de empresários em decisão “profilática”

    De acordo com interlocutores, decisão tem como objetivo desarticular supostos grupos antidemocráticos antes do 7 de setembro e do primeiro turno das eleições

    Basília Rodrigues

    A decisão que mirou empresários na manhã desta terça-feira (23) foi profilática, descreveram à CNN interlocutores do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Na avaliação dessas fontes, a decisão combate a organização de atos antidemocráticos por meio de grupos virtuais, como o WhatsApp, pelos empresários, o que inclui o possível financiamento de ataques. Também serve como recado para outras pessoas e outros grupos.

    Nesta manhã, a Polícia Federal recolheu os aparelhos celulares dos empresários. O objetivo é ter a acesso a conteúdo das mensagens privadas e apurar se configuram ataques à ordem pública. A investigação é parte do inquérito das milícias digitais.

    A profilaxia, de acordo com a avaliação de interlocutores de Moares, estaria em desarticular os grupos, ao mirar empresários e suas conexões, antes do 7 de setembro e o primeiro turno das eleições, 2 de outubro.

    A ação ocorreu após o site Metrópoles divulgar prints de conversas em que os empresários manifestam apoio a um golpe, no caso de vitória de Lula à presidência da República.

    São alvos da ação da Polícia Federal os empresários Afrânio Barreira Filho, do grupo Coco Bambu; Ivan Wrobel, da construtora W3; José Isaac Peres, da Multiplan; José Koury, do Barra World Shopping; Luciano Hang, das lojas Havan; Luiz André Tissot, do grupo Sierra; Marco Aurélio Raymundo (Morongo); das lojas Mormaii e Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa.

    Outro lado:

    Em nota, a defesa de Luiz André Tissot afirmou que o grupo Sierra e o empresário “não irão se manifestar sobre o tema”.

    Já a defesa de Ivan Wrobel, da construtora W3, disse que o empresário “tem um histórico de vida completamente ligado à liberdade”. “Colaboraremos com o que for preciso para demonstrar que as acusações contra ele não condizem com a realidade dos fatos”, acrescentou a defesa.

    A assessoria das lojas Havan confirmou a apreensão do celular de Luciano Hang. “Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. […] Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu nunca, em momento algum falei sobre golpe ou sobre STF”, afirmou Hang através de sua defesa.

    A defesa do empresário Afrânio Barreira Filho, confirmou a apreensão de dois celulares do dono do Coco Bambu pela Polícia Federal.

    Em posicionamento, Barreira Filho afirma que está “absolutamente tranquilo, pois minha única manifestação sobre o assunto foi um ‘emoji’ sinalizando a leitura da mensagem, sem estar endossando ou concordando com seu teor”. “Confio na justiça e vamos provar que sempre fui totalmente favorável à democracia”, acrescentou.

    “A operação de hoje é fruto de perseguição política e denúncias falsas, as quais não tem nenhum fundamento. Afrânio Barreira está absolutamente tranquilo e colaborando com a busca da verdade, a qual resultará rapidamente no arquivamento da investigação”, afirmou o advogado.

    A defesa de Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, disse que ele “de fato foi contatado hoje pela Polícia Federal, ainda desconhece o inteiro teor do inquérito, mas se colocou e segue à disposição de todas autoridades para esclarecimentos”.

    Os advogados Alberto Zacharias Toron e Luiz Otávio Pacífico, que defendem Nigriinformaram, por meio de nota, que o empresário “mesmo sem ter tido acesso aos autos do inquérito, como era seu direito, concordou em ser ouvido nesta manhã para colaborar com as investigações”.

    Ainda de acordo com o comunicado, Nigri “respondeu a todas as perguntas formuladas pela autoridade e rechaçou qualquer envolvimento com associação criminosa ou práticas que visam à abdicação do Estado Democrático ou preconizam golpe de Estado. Ao contrário, reafirmou sua firme crença na democracia e seu respeito incondicional aos poderes constituídos da República”.

    A CNN tenta contato com a defesa dos outros empresários que são alvos da operação da PF.

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