Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Momento é de foco nas vacinas, não em CPI, defende Esperidião Amin

    Para senador, 'não é consequente' que se abra investigação contra o governo federal neste momento

    Texto por Gregory Prudenciano, produção de Caio Junqueira, da CNN, em São Paulo

    O senador Esperidião Amin (PP-SC) posicionou-se contrariamente à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar eventuais erros e omissões do governo federal no combate à pandemia de Covid-19. Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (9), o senador argumentou que uma CPI neste momento aprofundaria a divisão política entre os brasileiros e entre os parlamentares, e isso pode atrapalhar a busca por vacinas, atualmente o objetivo maior de todos, defendeu. 

    “Um libelo acusatório sempre empolga sua torcida. Mas precisamos empolgar o Brasil para o positivo, para o afirmativo. Queremos vacina, e não só para o rico, tem que ser para todos”, disse Amin. “Teremos grandes libelos acusatórios, grandes advogados de defesa, mas depois que vencermos nosso inimigo em comum, que é o vírus”. 

    Outro motivo que pesa contra a instalação da CPI, continuou o senador, é justamente a situação sanitária atual, que impediria o funcionamento do inquérito de forma presencial e o tornaria “impossível” de ser executado. “Mais fácil é deixar para apurar isso depois que nós vencermos a guerra”. 

    Esperidião Amin pediu unidade à classe política, mas também questionou o uso de recursos repassados pela União a estados e municípios no combate à pandemia. Segundo ele, houve fraudes com dinheiro público nos entes regionais, mas, mesmo investigações contra prefeitos e governadores, devem ser “deixadas para depois”, a fim de que todos as atenções estejam voltadas para a obtenção de imunizantes contra a Covid-19. 

    O senador Esperidião Amin (Progressistas-SC) (09.abr.2021)
    O senador Esperidião Amin (Progressistas-SC) (09.abr.2021)
    Foto: Reprodução/CNN

    Entenda o caso

    Na quinta-feira (8), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinou a instalação da CPI da Covid-19 no Senado. A decisão veio em resposta a pedido dos senadores Alessandro Viera (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO).

    A CPI já tinha assinaturas suficientes para ser criada, mas o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se recusava a prosseguir com a instalação. 

    A decisão de Barroso foi criticada por Pacheco, para quem a comissão é inapropriada para o momento e poderá se tornar “o coroamento do insucesso nacional do enfrentamento da pandemia”. Apesar das críticas, Pacheco se comprometeu a instalar a CPI assim que receber a notificação do STF. 

    Para Bolsonaro, CPI é interferência do STF em outro poder

    Em entrevista à CNN na noite de quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse ver na decisão de Barroso mais uma interferência do Supremo no Legislativo, e defendeu que o STF tem interferido “em todos os poderes”. 

    Na manhã de sexta-feira, Bolsonaro publicou mais críticas ao ministro em suas redes sociais, e afirmou que a Barroso falta “coragem moral” e sobra “imprópria militância política”. 

    O ministro se defendeu e disse que sua resolução está em linha com a Constituição e aconteceu após consulta a outros integrantes da Corte. 

    Em nota, o STF afirmou que os ministros que o compõem “tomam decisões conforme a Constituição” e que eventuais questionamentos “devem ser feitos nas vias recursais próprias, contribuindo para que o espírito republicano prevaleça em nosso país”.

    Tópicos