Molica: Decisão de Nunes Marques sobre motoboy causa estranheza em membros da CPI

No quadro Liberdade de Opinião desta terça-feira (31), o jornalista Fernando Molica analisou a decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, que acatou o pedido da defesa do motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva, da VTCLog, para não depor à CPI da Pandemia.

A cúpula da comissão de inquérito recorreu ao Supremo afirmando que a maioria dos membros do colegiado “recebeu com absoluta surpresa e perplexidade” a decisão.

“Essa decisão já era esperada. No domingo, falei com o senador Randolfe Rodrigues e ele disse que havia essa possibilidade”, disse o jornalista. “Nunes Marques, até agora o único ministro no Supremo que foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, é um ministro que, de modo geral, tem todas as suas decisões alinhadas com o Palácio do Planalto.”

“Falei com o senador Alessandro Vieira e ele classificou a decisão de Nunes Marques como ‘estranha’. Isso porque já existe uma decisão do STF, de alguns anos, que diz que uma pessoa investigada em inquérito policial tem o direito de ficar calada e até de não ir, já que o interrogatório de um acusado é tido como peça de defesa”, continuou Molica.

“Só que no caso do Ivanildo, o motoboy, ele não é investigado e nem seria — ele é testemunha. O próprio Alessandro Vieira confirmou isso. Ele não está como testemunha como uma forma de se obrigar a falar a verdade. Ele é testemunha mesmo, porque foi apontado como a pessoa que transportou milhões e milhões de reais, fez saques na boca do caixa e levou para a sua empresa.”

“Essa decisão do ministro Nunes Marques é estranha por essa característica. Se ele fosse investigado ok, teria direito de não comparecer, mas ele é testemunha mesmo, não é uma estratégia da CPI”, apontou Molica.

O Liberdade de Opinião tem a participação de Fernando Molica e Alexandre Garcia. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.

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