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    Ministro da Justiça compara caso Moro a Watergate, em reunião fechada

    Fala foi feita logo no início da reunião desta terça-feira (12) do Conselho de Governo, órgão que envolve todos os ministros de Estado

    Caio Junqueirada CNN

    O ministro da Justiça, André Mendonça, comparou o episódio que envolve a entrega ao Supremo Tribunal Federal (STF) do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril ao escândalo de Watergate, que levou à renúncia do presidente americano Richard Nixon, em 1974. 

    A fala foi feita logo no início da reunião desta terça-feira (12) do Conselho de Governo, órgão que envolve todos os ministros de Estado. Segundo uma fonte presente no encontro, Mendonça declarou que “qualquer ato de não-entrega seria obstrução de justiça semelhante a Watergate.”

    No escândalo americano, a Suprema Corte dos Estados Unidos obrigou a Casa Branca a entregar fitas das reuniões do então presidente Nixon com assessores, nas quais ficava claro que ele ordenou que a CIA (agência de inteligência dos Estados Unidos) comunicasse o FBI (política federal dos EUA) de que havia violação da segurança nacional na investigação que apurava  a espionagem na sede do Partido Democrata nas eleições de 1972. Isso não era verdade e acabou levando a um processo de obstrução de justiça e, consequentemente, a sua renúncia. 

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    Mendonça fez a referência na manhã desta terça-feira para se referir à ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello no inquérito que apura as acusações de Sergio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro interferiu politicamente na Polícia Federal.

    Uma das provas apresentadas por Moro era também uma reunião ministerial no Palácio do Planalto na qual, segundo o ex-ministro, Bolsonaro deixou claro que interferiria no órgão. Celso de Mello então pediu a íntegra do vídeo. 

    Coincidentemente, no mesmo momento da reunião, Moro, seu advogado, e representantes da Advocacia-Geral da União, da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República assistiam à íntegra do vídeo na sede da PF em Brasília.

    A batalha jurídica do Planalto agora é para evitar que o conteúdo da reunião seja disponibilizado. Na mesma reunião ministerial desta manhã em Brasília, Mendonça disse que o governo deverá apresentar recurso da decisão de Celso de Mello de que seja degravada a íntegra do vídeo.

    O temor do Planalto é menos com os aspectos do vídeo que envolvem diretamente as acusações de Moro e mais com aqueles que envolvem quem o conduz: o STF. Isso porque fontes já confirmaram à CNN que houve xingamentos à corte na reunião, além de críticas à China, maior parceiro comercial do país. Procurado, Mendonça não confirmou sua declaração.

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