Ministro da AGU afirma discordar de operação de Moraes contra empresários
Bruno Bianco participou da comissão de transparência e fiscalização do Senado nesta quarta-feira (31); 'conversa privada tem que ser conversa privada', disse ele
O ministro da Advocacia Geral da União (AGU), Bruno Bianco, fez críticas nesta terça-feira (31) a investigações comandadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para o ministro de governo, nada justificou a operação da semana passada que mirou um grupo de empresários, após defenderem um golpe de Estado em conversa pelo WhatsApp.
“Discordo do conteúdo [da operação] porque na prática conversa privada tem que ser conversa privada. Práticas, como buscas e apreensões, como restrições até financeiras, e em redes sociais são destinadas para atos graves. Não vi nada que justifique condutas como essas. E vou além: tenho ressalvas quanto à própria origem desses inquéritos”, afirmou.
Bianco participou de audiência na Comissão de Transparência e Fiscalização do Senado organizada por parlamentares críticos de Moraes.
Entre bolsonaristas, o ministro é visto como possível indicado por Bolsonaro ao STF, se houver reeleição.
A reunião no Senado era sobre o inquérito das fake news e abriu espaço para críticas contra diversas investigações.
Outros convidados chamaram de “fantasia” e “delírio” a ideia de que um plano golpista estaria em execução.
Moraes foi convidado a participar da audiência, mas não compareceu. Alegando terem outros compromissos, também não participaram o procurador-geral da República, Augusto Aras, e sua antecessora, Raquel Dodge.