Foragidos do 8/1: ministra argentina diz não ter informações sobre brasileiros
Patricia Bullrich informou ainda que Ministério de Segurança não recebeu qualquer tipo de requerimento do governo brasileiro sobre a extradição dos fugitivos
A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, disse no sábado (8) que o governo do país não tem informações sobre os brasileiros que, segundo a Polícia Federal (PF), quebraram as tornozeleiras eletrônicas e foram para Argentina para fugir das condenações pela participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Na última semana, a PF deflagrou novas diligências da Operação Lesa Pátria com o objetivo de prender 208 foragidos por envolvimento nos ataques aos Três Poderes.
O órgão informou que não divulga a lista de foragidos, porém, a identidade de pelo menos sete bolsonaristas, condenados a mais de dez anos de prisão, ficou conhecida após eles terem quebrado as tornozeleiras e fugido para Argentina e Uruguai.
Em entrevista para a Rádio Mitre, da Argentina, a ministra foi questionada sobre a posição do governo comandado por Javier Milei sobre os foragidos bolsonaristas que teriam entrado no País e pedido asilo político.
“Não temos nenhuma informação desse tipo”, afirmou Bullrich, e acrescentou que o país não tem “alertas vermelhos sobre essas pessoas”.
A ministra disse que, até o momento, o Ministério de Segurança não recebeu qualquer tipo de requerimento do governo brasileiro sobre a extradição dos fugitivos e que é preciso haver um pedido oficial para que o país tome uma medida a respeito do assunto.
“Por ora se mantém como uma propaganda, mas não um feito jurídico válido”, afirmou.
O entrevistador ainda questionou se a entrada dos foragidos no país foi confirmada, mas a ministra disse que apenas confirma que “entram brasileiros todos os dias”, mas que não sabe “quem são, quantos são e que motivos têm”.
A ofensiva da PF mira réus que “deliberadamente” descumpriram medidas cautelares impostas pelo Judiciário, que não se apresentaram para o cumprimento da pena ou que fugiram para outros países “com o objetivo de se furtarem da aplicação da lei penal”.
Até o início da tarde da última quinta-feira (6) a PF já havia prendido 48 dos 208 foragidos. As diligências foram realizadas em 18 estados e no Distrito Federal.