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    Ministério Público pede suspensão da análise da privatização da Sabesp pela Câmara de SP

    Medida foi tomada a partir de uma ação de PT e PSOL na Câmara pelo processo supostamente desrespeitar o cronograma de discussões

    Vista do prédio da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado), na unidade Pinheiros, na região oeste da cidade de São Paulo
    Vista do prédio da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado), na unidade Pinheiros, na região oeste da cidade de São Paulo Ronaldo Silva/Agência Estado

    Stêvão Limanada CNN

    São Paulo

    O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu a suspensão do processo de privatização da Sabesp na Câmara de Vereadores da capital paulista.

    O documento foi assinado na noite desta quinta-feira (18) pelo promotor Roberto Carramenha. Ele pede que, como medida cautelar de urgência, a votação do texto seja suspensa até que “seja garantida a efetiva participação democrática da população no processo”. A Justiça ainda irá analisar o pedido.

    Na quarta-feira (17), o plenário da Câmara aprovou, por 36 votos a 18, a adesão da capital paulista à privatização da Sabesp.

    Antes da votação, PT e PSOL já haviam tentado barrar a votação, dizendo à Justiça que o rito de audiências públicas não teria sido cumprido antes de as votações começarem. A ação do MP veio na esteira da dos dois partidos.

    Inicialmente, cinco encontros foram marcados, entre os dias 15 e 27 de abril. Segundo o documento, a convocação foi feita com tempo hábil menor do que o necessário e o processo foi abreviado para que a votação pudesse ocorrer nesta quarta-feira.

    Além disso, a requisição salienta ainda que a presidência da Câmara de São Paulo não permitiu a participação social nas discussões do projeto em audiências públicas.

    O pedido salienta, ainda, que o projeto não teve um estudo de impacto orçamentário adequado.

    “Deste modo, entendo relevante e necessária a concessão parcial da tutela de urgência, para o fim de se determinar a suspensão do processo legislativo até que seja apresentado o laudo de impacto orçamentário da proposta e assegurada a realização de outras audiências públicas em relação ao substitutivo, em respeito aos princípios da legalidade e moralidade administrativas e da transparência das ações”.

    Para o líder do PT na Câmara de Vereadores, Senival Moura, a ação do MP é importante. “Conseguimos um retorno importante do MP que deixa claro que Nunes está tentando privatizar a Sabesp de forma atropelada e caótica.”

    A CNN aguarda retorno do prefeito Ricardo Nunes (MDB) sobre a fala do vereador do PT.

    A Câmara, por nota, disse que “o processo legislativo segue todo o trâmite legal, com participação popular e transparência”. “A legislação prevê a obrigatoriedade de apenas duas audiências públicas. No entanto, para garantir amplo debate do tema com a sociedade, acesso à informação e publicidade, a Câmara Municipal de São Paulo já convocou um total de sete audiências públicas, cujo calendário está em andamento”.

    Para a Casa, “o processo legislativo não pode ser barrado por meio de ação popular, bem como o controle do mesmo só pode ser feito posteriormente por meio de ação direta de inconstitucionalidade”.

    Já segundo o relator do processo, vereador Rubinho Nunes (União), a “manifestação do MP corrobora o trâmite da Câmara, uma vez que sugere nova votação após as audiências públicas já previstas para realização”.