Ministério coordenará esforço para produção e acesso à vacina contra dengue, diz Nísia Trindade
Critérios para distribuição inicial do imunizante foi baseado na incidência da doença
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse, nesta terça-feira (6), durante pronunciamento oficial, que a pasta coordenará um esforço nacional para ampliação da produção e do acesso de vacinas contra a dengue.
“A vacinação se dará de forma progressiva, dado o número limitado de doses produzidas pelo laboratório fabricante. Os critérios para distribuição inicial para um grupo de municípios foram baseados na incidência da doença e definidos pelo Ministério da Saúde e pelos conselhos nacionais de secretários de saúde de estados e municípios”, explicou Nísia.
“Dentre o grupo para o qual a vacina foi autorizada, serão imunizadas as crianças entre 10 e 14 anos. Ao mesmo tempo, o Ministério da Saúde coordenará um esforço nacional para ampliar a produção e o acesso a vacinas para dengue”, prosseguiu.
A farmacêutica japonesa Takeda divulgou, na última segunda-feira (5), uma nota informando que não firmará novos contratos com clínicas privadas e nem com estados e municípios para vender vacinas da dengue.
A empresa afirmou que, devido aos dados alarmantes da doença no Brasil, está concentrada em atender de forma prioritária o Ministério da Saúde.
A vacina Qdenga começará a ser distribuída ao Sistema Único de Saúde (SUS) nesta semana, segundo o Ministério da Saúde. Os 521 municípios que receberem as doses deverão organizar o cronograma de imunização.
Como não há doses suficientes para todo o país, os municípios escolhidos foram aqueles que compõem 37 regiões de saúde que, segundo a pasta, são consideradas endêmicas para a doença.
Prioridade total para ações contra a dengue
Segundo Nísia, a pasta da Saúde está dando prioridade total para ações contra a dengue. “Ampliamos em R$ 1,5 bilhão o repasse de recursos para estados e municípios”, citou.
Foi montado um Centro de Operações de Emergências para análise diária da evolução dos casos e mobilizar ações de órgãos envolvidos, declarou.
A ministra ainda mencionou a necessidade de prefeitos e prefeitas intensificarem os cuidados com a limpeza urbana, para evitar o acúmulo de lixo e de água onde os mosquidos Aedes aegypti se proliferam.
“Da mesma forma, é essencial a ação dos governadores, apoiando seus sistemas de saúde”, continuou.
Também citou os cuidados que devem ser tomados pela população em suas casas, onde são encontrados cerca de 75% dos focos da dengue.
“Vamos tampar as caixas d’água, descartar o lixo corretamente, manter as vasilhas de água dos animais sempre limpas, guardar garrafas e pneus em locais cobertos, retirar água acumulada dos vasos e plantas”, disse, pedindo conjuntamente que as pessoas recebam os agentes de combate às endemias.
Caso seja sentido algum sintoma, como febre alta, manchas vermelhas pelo corpo, dores musculares intensas e atrás dos olhos, Trindade pede para que procurado o serviço de saúde.
Ao menos 40 pessoas morreram até o momento devido à doença no país, segundo o Ministério da Saúde.