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    Militares sugeriram a Bolsonaro evitar confrontar STF na nomeação de Ramagem

    Caio Junqueirada CNN

    Mais uma vez, o núcleo militar do Palácio do Planalto entrou em ação para demover o presidente Jair Bolsonaro de tentar derrubar a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal que acabou por suspender a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal.

    A reação imediata do presidente Jair Bolsonaro com seus assessores jurídicos tão logo recebeu a informação da decisão foi de que avaliassem a estratégia jurídica para recorrer. A leitura foi a de que era possível derrubar no plenário a decisão de Moraes, considerado pelo Planalto como hoje o ministro que mais faz oposição ao governo na corte.

    O novo ministro da Justiça, Andre Mendonça, e o Secretário-Geral da Presidência, Jorge de Oliveira, e o Advogado-Geral da União, José Levi Mello, avaliaram que se essa fosse a decisão do presidente, seria levada adiante. Bolsonaro então consultou o núcleo militar mais próximo a ele, os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Braga Netto (Casa Civil). Em sua primeira grande estréia, o núcleo jurídico concordou.   

    A leitura foi a de que ainda que pudesse haver alguma reversão da decisão no plenário, o processo todo geraria um desgaste político do presidente, exporia a corte e principalmente tensionaria ainda mais a relação de Bolsonaro com Moraes. O ministro conduz o inquérito que hoje mais assusta o Planalto, o das fake news, tendo já conduzido para depor assessores palacianos, como Filipe Martins.

    A conclusão foi a de que era melhor recuar. A partir daí, no início da tarde o Diário Oficial da União publicou a suspensão da nomeação de Ramagem e depois a AGU acabou divulgando uma nota de que não apresentaria recursos.