Mesmo na pauta, STF não julga depoimento de Bolsonaro sobre interferência na PF
O julgamento estava marcado para esta quarta e ainda não há data para ser retomado
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, não chamou para julgamento, nesta quarta-feira (24), o processo que vai decidir como será o depoimento do presidente Jair Bolsonaro – se presencial ou por escrito.
Bolsonaro é investigado em um inquérito por suposta interferência indevida nas atividades da Polícia Federal. O julgamento estava marcado para esta quarta e ainda não há data para ser retomado.
As investigações estão paradas aguardando essa definição. Interlocutores de Fux afirmam que a decisão de não iniciar o julgamento nesta quarta-feira se deu após o desgaste institucional de mandar prender o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) por ameaças e ofensas a integrantes da Corte.
Em outubro do ano passado, em sua última sessão, o ministro Celso de Mello votou a favor de que Jair Bolsonaro preste depoimento presencial — e não por escrito. Celso era relator do inquérito. Com a saída da corte, o ministro Alexandre de Moraes assumiu a relatoria do caso.
O depoimento é parte do inquérito que investiga suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. O inquérito foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República após denúncia do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. No recurso, a Advocacia-Geral da União (AGU) pede que o presidente seja autorizado a enviar posicionamento por escrito.
Moro também prestou depoimento no inquérito como investigado. A apuração foi aberta depois que o ex-ministro, ao deixar o governo, acusou Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na autonomia da Polícia Federal, solicitando relatórios de inteligência e pedindo trocas no comando da corporação.