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    Eleições 2022

    Memorial de apuração das milícias digitais aponta intrincado sistema de financiamento

    Material do STF detalha os rumos de mais de três anos de investigação sobre os dutos que alimentam influencers e sites que espalham desinformação

    Daniela Limada CNN

    Uma espécie de memorial organizado pelo corpo técnico do Supremo Tribunal Federal (STF) no gabinete do ministro Alexandre de Moraes destrincha um intrincado sistema de suposto financiamento de informações falsas e ataques às instituições. O material, produzido por um juiz, detalha os rumos de mais de três anos de investigação sobre os dutos que alimentam influencers e sites que espalham desinformação.

    O memorial integra o material que subsidiou a decisão do ministro Alexandre de Moraes de autorizar uma operação da Polícia Federal contra oito empresários bolsonaristas, que supostamente fizeram ataques ao STF, a minorias e também falaram sobre um eventual golpe em caso de vitória de Lula nas eleições. O caso surgiu após reportagem do site Metrópoles.

    Deputados que romperam com o governo Bolsonaro foram ouvidos no curso da apuração. Além disso, operações anteriores também forneceram pistas desse suposto esquema de financiamento a atos radicais.

    Dois dos empresários que foram alvo da operação da PF na semana passada já haviam sido alvo de investigação, inclusive com quebra de sigilo. Esse fato levou o juiz auxiliar de Moraes a defender que a ação da PF fosse autorizada, por conectar os fatos narrados pelo Metrópoles com o inquérito das milícias digitais, instaurado em 2019. Luciano Hang, da Havan, e Afrânio Barreira Filho, do Coco Bambu, são citados pela PF desde 2020 como suspeitos do financiamento de atos e influencers radicais.

    “Dentro do contexto das investigações, não é possível ignorar as mensagens trocadas por um grupo de empresários, incluindo os dois anteriormente citados, que repete o mesmo modus operandi ilícito verificado desde 2019, fomentando ataques às instituições e ao próprio Estado de Direito”, escreve o juiz auxiliar no memorial.

    O documento também registra “indícios” apontados pela PF de que um dos envolvidos no caso havia apagado mensagens após o Metrópoles noticiar os diálogos no grupo privado de WhatsApp, indicando risco de perda de provas para a apuração.

    A autorização da operação suscitou uma série de críticas e uma onda de pressão sobre Moraes e o delegado da PF que pediu a ação. Os críticos questionam se mensagens em um grupo privado poderiam motivar ações de grande porte, como a realizada.

    Moraes entendeu que sim, dado o poder econômico dos citados, o clima de polarização, a proximidade das eleições e de atos pró-governo no 7 de setembro, e o histórico de ameaças às instituições no 7 de setembro do ano passado.

    A CNN entrou em contato com os empresários Luciano Hang e Afrânio Barreira Filho e aguarda um posicionamento.

    Debate

    As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.

    O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.

    Fotos — Momentos marcantes da história das eleições brasileiras

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