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    MEC quer obrigar EAD com 50% de aulas presenciais, mas fala em transição

    Ideia do Ministério da Educação é homologar decisão de conselho para cursos de formação de professores; universidades falam em fechar turmas

    Mulher caminha em frente ao prédio do Ministério da Educação, em Brasília
    Mulher caminha em frente ao prédio do Ministério da Educação, em Brasília Mateus Bonomi/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

    Larissa RodriguesJussara Soaresda CNN

    Brasília

    O Ministério da Educação (MEC) pretende homologar a decisão tomada pelo Conselho Nacional da Educação (CNE), na semana passada, sobre a Educação a Distância (EAD) nas universidades brasileiras.

    Se isso acontecer, cursos de licenciaturas e pedagogia, que formam professores, terão de ser oferecidos com 50% da sua carga horária presencial.

    Como a CNN mostrou, as instituições de ensino têm reclamado das decisões sobre o tema, alegando que será impossível formar profissionais de educação se a obrigatoriedade permanecer.

    Outro argumento das universidades é que somente os mais pobres, ou que vivem em cidades pequenas, serão prejudicados.

    Interlocutores relataram à CNN que no Ministério da Educação o que vem sendo estudado é a possibilidade de existir uma espécie de transição para as universidades que disponibilizam de forma remota cursos de licenciatura e pedagogia atualmente.

    Assim, as instituições de ensino não seriam obrigadas a disponibilizar de imediato metade da grade de ensino presencialmente.

    Dentro das universidades de EAD, a ideia é convencer o MEC a considerar como aula presencial o que eles chamam de “atividades síncronas”.

    Ou seja, quando o aluno está à distância, mas assiste ao conteúdo ministrado pelo professor ao mesmo tempo em que há estudantes de forma presencial — o que permitiria a checagem de presença nas aulas, como, também, ajuda do professor em caso de dúvida.

    Entenda

    Para o MEC, é preciso colocar um freio de arrumação na educação à distância. Fontes da pasta afirmam que esse tipo de curso de formação se espalhou pelo país — especialmente depois da pandemia de Covid-19 –, sem levar em conta critérios reais de qualidades de ensino.

    No início do mês, o Ministério da Educação divulgou uma pesquisa que mostra que apenas 450 cursos de ensino superior na modalidade EAD conseguiram notas 4 ou 5 no chamado Conceito Preliminar de Curso (CPC), ou seja, cerca de 26,6% dos cursos avaliados.

    CPC é um indicador obtido a partir do desempenho dos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), da qualificação dos professores, além de levar em consideração a estrutura física das entidades de ensino.
    Por outro lado, dados do movimento “EaD Inclui” mostram que, no Brasil, cerca de 35% dos municípios só têm acesso ao ensino superior por meio da educação à distância.

    Quando se fala na formação de professores, o número é ainda mais assustador: dos 789 mil alunos ingressantes em cursos de licenciatura em 2022, 81% foram na modalidade de ensino à distância, segundo o Censo da Educação Superior.