Mauro Cid presta novo depoimento à PF sobre joias sauditas nesta segunda (22)
Esse será o segundo depoimento do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; PF investiga entrada ilegal das joias no Brasil
O coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), será ouvido novamente na tarde desta segunda-feira (22) no inquérito que investiga a entrada de joias não declaradas da Arábia Saudita no Brasil.
O depoimento será por videoconferência. Os investigadores do caso são da Polícia Federal (PF) em São Paulo e ouvirão o militar de dentro da cela em que ele está preso no Quartel-General do Exército, em Brasília. Ele será acompanhado dos dois advogados.
Essa oitiva estava marcada para 3 de maio, mas a PF prendeu o coronel logo de madrugada em investigação, a de supostas fraudes em cartões de vacina, e reagendou o depoimento do caso das joias sauditas para esta segunda-feira.
Em 5 de abril, no primeiro depoimento, o militar declarou à Polícia Federal que buscar presentes recebidos pelo então presidente era algo “normal”, “corriqueiro”, na ajudância de ordens da Presidência.
Segundo fontes a par da investigação ouvidas pela CNN, ele afirmou, ainda, que Bolsonaro teria pedido a ele para “verificar” a situação das joias avaliadas em R$ 16,5 milhões apreendidas na alfândega e incorporar ao acervo da Presidência.
Esse depoimento do coronel Cid durou três horas e é considerado fundamental para o inquérito da PF que investiga a entrada ilegal no Brasil de joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita. Isso porque o militar era o braço direito de Bolsonaro e cumpria ordens.
A PF quer saber, nesse inquérito sigiloso, se o então presidente agiu para reaver o pacote retido pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP).
O militar foi o responsável pelo envio de um ofício à Receita Federal, em 28 de dezembro, determinando a “incorporação de bens apreendidos”. Foi esse o documento apresentado pelo ajudante de ordens da Presidência Jairo Moreira da Silva para um auditor fiscal na alfândega, sem sucesso.
A Receita reteve as joias em 26 de outubro de 2021, quando uma comitiva do governo desembarcou em Guarulhos. Os itens preciosos estavam na bagagem de um assessor do então ministro de Minas e Energia, que foi escalado pela Presidência para representar o governo em viagem ao país saudita.