Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Mauro Cid era assessor e cumpria ordens do chefe, diz à CNN advogado de ex-ajudante de ordens

    Cezar Bitencourt também chamou delação premiada de "aberração", mas diz que, "se for recomendável, iremos conversar"

    Lucas SchroederBasília Rodriguesda CNN

    São Paulo e Brasília

    O advogado do tenente-coronel Mauro Cid, Cezar Roberto Bitencourt, afirmou à CNN em entrevista nesta quarta-feira (16) que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) era assessor e cumpria ordens do chefe.

    Investigação da Polícia Federal (PF) aponta que Cid, preso desde o dia 3 de maio, levou para os Estados Unidos presentes recebidos pelo governo brasileiro com a intenção de vendê-los. Ele teria transportado objetos no mesmo avião presidencial que Bolsonaro viajou para Orlando, em 30 de dezembro do ano passado.

    “Mauro Cid, como assessor, segue ordens, cumpre ordens do chefe. [Cid] não tinha como se desvincular. Ele assessorava o presidente numa variedade de situações, além inclusive da função oficial. Quer dizer, ele servia para tudo”, declarou Bitencourt.

    Vídeo: Para cúpula do Exército, Mauro Cid extrapolou papel de ajudante de Bolsonaro

    Perguntado sobre de quem viriam as ordens seguidas por Cid, Bitencourt destacou ser preciso descobrir a cadeia de comando a qual o ex-ajudante era submetido.

    “Eu não sei se o Bolsonaro não tinha, por exemplo, um vice-presidente, um secretário, um ministro lá que dava essas ordens. Temos que verificar de quem eram essas ordens que eram dadas para o Mauro Cid”, completou o advogado.

    Advogado diz que delação “não está no radar”

    Ao ser questionado a respeito da possibilidade de Cid fechar acordo de delação premiada, o advogado disse que a ideia não está no radar e chamou o mecanismo de “aberração”.

    “Não está no meu radar nem no do Mauro [Cid] fazer delação. Agora, se for recomendável, guerra é guerra, iremos conversar.”

    Cid está preso no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília desde o dia 3 de maio. Ele também é alvo de inquérito que apura falsificação de cartões de vacina.

    “Reconheço que a delação premiada é um instituto jurídico legítimo. São armas que ficarão à disposição da defesa”, acrescentou o advogado.

    Defesa acredita em inocência de Cid

    Ao longo da conversa, Bitencourt reiterou acreditar na inocência de Cid e afirmou que o ex-ajudante de ordens está sendo injustiçado.

    “Mauro Cid é inocente. Absoluta certeza que o Mauro é inocente. O Mauro é uma vítima das circunstâncias. Nós achamos que ele está sendo injustiçado pelo próprio Supremo Tribunal Federal (STF).”

    Para Bitencourt, Cid está sendo “criminosamente segregado dentro do Exército”. Conforme apontou na entrevista, o ex-assessor não poderia estar numa cela.

    “Isso não pode acontecer. Ninguém pode fazer isso [manter Cid numa cela], muito menos o próprio STF.”