Martha Rocha promete retomar aulas no Rio, mas não descarta ‘medidas duras’
Candidata do PDT à prefeitura diz que seu governo ouvirá ciência nas questões sobre a pandemia; e promete trocar OSs pela administração direta da saúde
A candidata do PDT à prefeitura do Rio de Janeiro, delegada Martha Rocha, afirmou nesta segunda-feira (9), em entrevista à CNN, que retomará as aulas nas escolas municipais em 2021, mas não descartou a adoção de medidas para evitar riscos aos alunos e profissionais da educação.
“A pandemia mostrou a desigualdade social, sobretudo no âmbito da educação. Ficou muito claro o que aconteceu na rede privada e na rede pública – os alunos da rede pública perderam um ano, enquanto na rede particular 3 dias depois eles estavam na frente do computador fazendo aulas”, disse.
“A prefeitura tem uma rede de TV, mas não a usou para o tele-ensino, uma prática já consolidada no Brasil (…) Ninguém vai colocar em risco a vida dos alunos e professores, mas terão a retomada das aulas e a garantia da alimentação. Terão a reposição das aulas e também alimentação”, completou.
“Teremos um planejamento para coordenar a questão da pandemia e da pós-pandemia. Se lá na frente houver necessidade de medidas duras, nós tomaremos.”
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Questionada sobre como pretende administrar as muitas demandas da cidade, considerando as dificuldades de caixa da prefeitura, a candidata disse ter um plano de 12 propostas que serão adotada a partir de seu primeiro mês de governo.
“A primeira delas é um plano emergencial para cuidar das contas da prefeitura. Para isso, vamos imediatamente reduzir gastos, corrigir equívocos, cobrar dos grandes devedores, rever incentivos e criar ambiente para pequenos devedores fazerem seus pagamentos”, prometeu.
“Isso vai exigir uma gestão responsável e equilibrada, que não é pagar guardião, que tem salário maior do que médico ou professor. É entender que o investimento é importante em ações que fortaleçam a cidade, como educação, saúde e mobilidade”, disse, com crítica ao atual prefeito Marcelo Crivella após ser revelado em setembro que funcionários da prefeitura, desviados de suas funções, agiam em esquema de plantão na porta de hospitais do Rio para abordar pacientes e impedir o trabalho da imprensa.
“O Rio de Janeiro tem que ser uma cidade boa para morar, para trabalhar e também para investir. Vamos resgatar a credibilidade da cidade, que deixará de ser a capital dos escândalos”, afirmou.
Sobre a área da Saúde, Rocha disse que pretende substituir o modelo que usa as Organizações de Saúde (OSs) pela administração direta da prefeitura.
“O que a gente vê sobre as OSs é um espaço fértil para má gestão e corrupção. É isso que elas, que foram introduzidas na administração do ex-prefeito [Eduardo Paes] representam (…) Na nossa administração, vamos fazer a transição das OSs para a Fundação RioSaúde, com um comitê direto no nosso gabinete para monitorar a qualidade”, afirmou.
Já no combate às milícias, ela disse que a prefeitura pode fazer agir para evitar a atuação em áreas como grilagem e construção ilegal.
“A prefeitura pode fazer muito na fiscalização com a criação de um gabinete integrado de gestão, com Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Federal, Ministério Público, Defensoria Pública e os órgãos de preservação ambiental”, concluiu.