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    Manutenção de Juscelino Filho não garante apoio irrestrito do União ao governo no Congresso

    “Para consolidar o União na base de apoio do governo, é preciso mais poder”, afirma presidente do partido

    Juscelino Filho
    Juscelino Filho Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

    Gabriel HirabahasiTainá Farfanda CNN

    em Brasília

    A escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de manter Juscelino Filho no Ministério das Comunicações não garantirá apoio irrestrito do União Brasil (partido ao qual Juscelino é filiado) ao governo, mas estabelece uma nova pressão contra a legenda em busca de votos no Congresso Nacional.

    Apesar disso, o presidente nacional do partido, Luciano Bivar, acredita que ele só dará mais votos ao governo à medida em que demandas pessoais dos parlamentares forem atendidas.

    “Para consolidar o União na base de apoio do governo, é preciso mais poder”, afirmou Bivar à CNN. Quando questionado sobre o que seria mais poder, disse: “Tenho deputados que não têm nenhuma participação no governo”.

    O presidente do União ainda cobrou um aceno político da presidente do PT, Gleisi Hoffman, que defendeu publicamente o afastamento de Juscelino do cargo. “Gleisi precisa conversar comigo”, afirmou.

    Apesar de ter três ministros na Esplanada dos Ministérios, o União Brasil insiste no discurso de que é independente em relação ao governo Lula. O posicionamento provoca ciúmes e contestação em outras legendas da base de apoio ao governo, entre elas o próprio PT.

    A bancada do União Brasil se reúne na tarde desta terça-feira (7) na Câmara dos Deputados para discutir assuntos internos, como os encaminhamentos de pautas da Casa.

    Atualmente, o partido tem 59 deputados federais. Integrantes da legenda ouvidos pela CNN sob reserva estimam que a ala que resiste a apoiar o governo tenha pouco menos da metade da bancada.

    Fontes do Planalto acreditam que, em votações importantes, o governo consiga o apoio de 60% a 70% da bancada, mediante acertos pontuais a serem feitos com os parlamentares.

    O partido negocia, ainda, uma federação com o PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e do ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira (PL).

    A expectativa, segundo fontes ouvidas pela CNN, é que o processo avance nos próximos 15 dias, a tempo de as duas legendas se unirem para conseguir a relatoria do orçamento de 2024, em detrimento do PL de Bolsonaro.