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    Mais de 65% dos municípios brasileiros têm baixa capacidade de adaptação a desastres naturais

    Informação é do Ministério da Ciência e Tecnologia; dificuldade é maior no Maranhão, Piauí e Paraíba

    Leonardo Ribbeiroda CNN

    Brasília

    Ao menos 3.679 municípios brasileiros têm baixa ou baixíssima capacidade de adaptação a desastres causados por inundações, enxurradas e alagamentos. É o que revela a plataforma Adapta Brasil, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTIC).

    A ferramenta classifica o nível de preparo de cada cidade para dar respostas a esses fenômenos naturais. O levantamento leva em consideração a capacidade de investimento público municipal, renda, governança e gestão de riscos.

    Na média, todo o Norte e o Nordeste, além de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, apresentam índice de capacidade adaptativa baixa. Deste grupo, Maranhão, Piauí e Paraíba são classificados com nível muito baixo.

    Os estados da região Sul, juntamente com São Paulo e Mato Grosso do Sul, apresentam índice médio para adaptação. Rio de Janeiro e Espírito Santo têm avaliação considerada alta. Apenas o Distrito Federal aparece com nível muito alto.

    “Ali no Rio Grande do Sul, a parte sul do mapa mostra que esta era uma região com uma capacidade razoável de adaptação à mudança do clima. E olha o que a gente está vivenciando”, alerta a secretária nacional de Mudança do Clima, Ana Toni.

    Recentemente, a representante do Ministério do Meio Ambiente participou de uma audiência pública no Senado para discutir o tema.

    Desde 2009, o Brasil conta com a Política Nacional sobre Mudança do Clima que apresenta conceitos importantes e aponta diretrizes para atuação. Essa normativa tem entre seus instrumentos o Plano Nacional sobre Mudança do Clima e o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima.

    Agora, os senadores aprovaram projeto de lei com regras gerais para a formulação de planos de adaptação às mudanças climáticas nas três esferas federativas.

    Essas normativas trazem dois conceitos importantes a serem definitivamente implementados: a adaptação às mudanças climáticas e a mitigação.

    “A gente já passou pelo El Niño e está chegando a La Niña. A pergunta é o que a gente já tem que fazer agora, que tipo de prevenção vai ser necessária em termos de alimentação, em termos de futuras irrigações”, completa Ana Toni.

    Quando se fala em mitigação em matéria de mudança do clima, está se falando em mudanças da economia e da sociedade para que se evite uma piora na situação climática. É o caso das metas de corte de emissões dos gases de efeito estufa.

    Já a adaptação climática é o retorno disso. Ou seja, quando se cria consequências no clima, colhem-se os problemas.

    “Isso não é bola de cristal. Isso se chama ciência e a ciência já está nos apontando para que a gente mostre um pouco esses caminhos. Agora, para isso, a adaptação e a prevenção e logicamente a mitigação têm que virar prioridade”, finaliza a secretária.