Maioria é contra presença de militares em atos políticos, diz Datafolha
Para 62%, participação de militares em manifestações políticas é negativa; 58% dos ouvidos criticam presença na gestão
A maioria da população é contrária à participação de militares da ativa em manifestações políticas e em cargos no governo federal, segundo pesquisa divulgada neste domingo (11) pelo Datafolha.
Segundo a pesquisa, 62% dos brasileiros adultos acham que os militares não devem comparecer a esse tipo de ato, como fez o general Eduardo Pazuello em 23 de maio no Rio de Janeiro. Ele esteve em cima de um carro de som ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante ‘motociata’ pela cidade do Rio.
Para 34% dos ouvidos, a atitude é aceitável e os militares devem participar de manifestações políticas – outros 4% não souberam opinar.
Segundo o Estatuto dos Militares e o regulamento disciplinar do Exército, é vedado aos militares do serviço ativo qualquer tipo de manifestação política ou reivindicatória.
A pesquisa deste domingo (11) também avaliou a presença de militares em cargos políticos do governo federal. Para 58% dos ouvidos os militares não deveriam ter cargos no governo; outros 38% apoiam a ideia e 4% não souberam responder.
Após participar do ato político com Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde e general da ativa Eduardo Pazuello não foi punido pelo alto comando do Exército.
Ainda no começo de junho, ao decidir não punir Pazuello, o Exército informou, em nota, que “o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general”.
E concluiu que “não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General Pazuello” decidindo pelo arquivamento do processo ao qual foi imposto sigilo de até cem anos.