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    Maia reage a proposta de auxílio do governo: ‘Tenta dividir federação’

    Bárbara Baião , Da CNN, em Brasília

    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu ao pacote de R$ 77,4 bilhões de socorro aos estados e municípios proposto pelo governo federal um dia após os deputados aprovarem um projeto com impacto de R$ 89,6 bilhões. “O governo, no fundo, trabalha em tentativa de divisão da federação”, afirmou o parlamentar. 

    “O que precisamos encontrar nas propostas é harmonia entre entes federados. Decisões não devem passar sinalização contrária ou favorável a algum estado. Isso não é relevante. Todo estado com queda de 30% na arrecadação vai enfrentar dificuldade”, disse, em entrevista coletiva nesta terça-feira.

    Para ele, a proposta vai deixar estados municípios em situação difícil. “Em pouco tempo, vão perder condições de pagar salário e muitos já não têm essa condição, como Minas Gerais”, afirmou. Maia ainda cobrou do presidente Jair Bolsonaro o envio de uma proposta que trate do congelamento de salários. “Eu sinalizei que o governo pode mandar projeto sobre congelamento de salário dos servidores que vamos pautar.”

    O presidente da Câmara também mencionou que alguns setores já começam a pressionar para um prazo maior previsto pela MP que altera regras trabalhistas durante a pandemia do novo coronavírus. “Por isso, estados e municípios precisam de apoio maior. O prazo que governo sugeriu na MP também está aquém do que empresas precisarão”, afirmou.

    Ao falar sobre a possibilidade de vetos ao projeto da Câmara, Maia disse que esta é uma decisão que cabe ao governo. “Sobre veto: se governo quiser, decisão deles. Se o Senado quiser mudar, decisão deles. Não entro nesse debate. Conversamos com governadores de todas as regiões e eles concordaram. Então entendemos que a regra é melhor e mais justa”.

    Maia ainda criticou o relacionamento do Palácio do Planalto com o Congresso. “O que governo não pode é tratar o Congresso como barriga de aluguel. Se tem proposta para estados e municípios manda, encaminha e vamos tocar matéria”, disse, em referência às alterações e crítica do governo aos projetos da Câmara depois que são aprovados.

    Ele também disse que nunca teve a intenção de organizar a base do governo. “Sou presidente da Câmara, mas, com todo respeito, se não fosse o trabalho com líderes não aprovaríamos muitas matérias como a Reforma da Previdência e MP do contrato verde e amarelo. Partidos têm condição de dialogar, o problema é que você entra por uma porta e leva um coice”, afirmou.