Maia articula bloco com Centrão e esquerda para disputa da presidência da Câmara
Ideia de Maia é reunir siglas que somem cerca de 350 deputados, como DEM, PSDB, MDB, Cidadania, PT, PCdoB, PDT e PSB
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), articula a formação de um bloco parlamentar com partidos da oposição e do Centrão para a eleição da Mesa Diretora da Casa, prevista para 1º de fevereiro de 2021.
A ideia de Maia é reunir siglas que somem cerca de 350 deputados, como DEM, PSDB, MDB, Cidadania, PT, PCdoB, PDT e PSB. Esse número é maior do que os 257 votos mínimos necessários para eleger um presidente da Câmara.
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Além de eleger o comandante principal da Casa, esse bloco permitirá uma divisão entre essas legendas dos demais cargos de vice-presidentes e secretários da Mesa Diretora, todos recheados de cargos de livre indicação política.
Para viabilizar esse bloco, o deputado do DEM do Rio de Janeiro já deu início, ainda na semana passada, a uma série de viagens pelo Brasil para, em um gesto político, conversar com lideranças políticas dessas legendas que tenta atrair.
Na quinta-feira (18), foi a Fortaleza, onde se reuniu com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e com parlamentares como o senador Cid Gomes (PDT) e o deputados federais José Guimarães (PT) e Mauro Filho (PDT).
No dia seguinte, Maia desembarcou em São Paulo. Na capital paulista, almoçou no Palácio dos Bandeirantes com o governador João Doria (PSDB), e seu vice, Rodrigo Garcia, que é do DEM, mesmo partido do presidente da Câmara.
A proposta Maia é criar o blocão com discurso de “independência” em relação ao governo. Com isso, tenta fazer frente ao líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), que se articula para ser candidato a presidente da Casa com apoio velado do Planalto.
O candidato do grupo de Maia ainda não foi definido. Os favoritos dele são o líder do MDB, Baleia Rossi; o líder da maioria na Casa, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP).
Há quem aposte que o próprio Maia não desistiu de tentar um quarto mandato como presidente da Câmara. Para isso, contudo, precisa do aval do Supremo Tribunal Federal, que deve julgar em breve ação do PTB sobre o assunto.
Com o bloco, Maia tenta reeditar a estratégia com a qual conseguiu se eleger presidente da Câmara por três mandatos. Desde 2016, quando se elegeu pela primeira vez, sempre teve apoio da oposição, em troca de não perseguir essas siglas na Casa.