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    Lula recebe governo com ao menos 8,6 mil obras inacabadas, segundo TCU; Bolsonaro assumiu com 14 mil

    Casa Civil vai criar ferramenta para que prefeitos e governadores ajudem a mapear dados sobre obras com dinheiro da União que estão paradas; Bolsonaro recebeu quase o dobro de obras paradas quando assumiu

    Fachada do prédio do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília
    Fachada do prédio do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília Foto: Divulgação/Flickr TCU

    João RosaLeonardo Ribbeiroda CNN

    em Brasília

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inicia o terceiro governo com ao menos 8.674 obras inacabadas pela gestão anterior. É o que mostra relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), o qual a CNN Brasil teve acesso.

    Nos próximos dias, a Casa Civil da Presidência da República deve disponibilizar aos prefeitos e governadores uma ferramenta para que atualizem os dados sobre os projetos realizados com dinheiro da União que estejam nessa situação.

    Em 2019, ao assumir o governo, Jair Bolsonaro (PL) recebeu 14.403 obras inacabadas, de acordo com o TCU. No meio do mandato, esse volume caiu para 7.862. Número que voltou a subir nos anos seguintes, chegando às 8.674 de agora.

    Isso significa que, apesar do bom desempenho no início da gestão bolsonarista, o percentual de obras não concluídas no país com recursos federais aumentou de 29% para 38,5% nos últimos dois anos. São projetos que já receberam R$ 27,2 bilhões em repasses. Os estados com mais obras paradas são Maranhão, Bahia e Pará.

    O relatório do TCU mostra que a educação é a área com mais obras paralisadas. São 3.993 em todo o Brasil; em segundo lugar estão projetos menores que envolvem setores como mobilidade e saúde, com 1.966 obras casos; na sequência aparecem 569 obras de infraestrutura paradas; outras 380 destinadas a práticas esportivas; e 449 realizadas para fomentar o turismo.

    Os grupos técnicos responsáveis pela transição do governo já haviam apontando que as obras paradas seria uma das heranças deixadas por Jair Bolsonaro (PL).

    Pelas contas do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), que coordenou os trabalhos, o número de construções inacabadas pode ser ainda maior, se levado em consideração o uso de recursos de estatais, agências e universidades.

    No dia 22 de dezembro, ao divulgar o balanço das ações da transição, Alckmin disse que “o governo [anterior] deixaria um legado de 14 mil obras públicas paralisadas em todo o país”.

    O vice-presidente classificou a situação como um desmonte do estado brasileiro. “Isso não é austeridade, isso é ineficiência de gestão. Uma tarefa hercúlea que vem pela frente”, declarou à época.

    De acordo com ele, estão paradas obras de construção de escolas, hospitais, pontes, praças, rodovias, ciclovias, quadras esportivas, mercados públicos, abrigos, casas populares, aterros sanitários, sistemas de saneamento e urbanização, terminais de passageiros e diversos outros empreendimentos.

    No documento final elaborado pela transição, os técnicos declaram a necessidade do novo governo em adotar medidas e implementar novos projetos para a retomada de obras paralisadas, mas que é necessário adequar as previsões orçamentárias e capacidade de investimento no setor.

    “A retomada das obras é um fator indispensável para a recuperação e melhoria da infraestrutura do país, o crescimento econômico sustentável e a geração de emprego e renda”, aponta o documento.