Lula inverte protocolo e pede perguntas aos empresários
Empresários fizeram apelos por uma reforma tributária, por mais segurança jurídica e responsabilidade fiscal
O ex-presidente Lula atrasou duas horas para o encontro com os empresários do grupo Esfera, mas, ao chegar, fez questão de cumprimentar os presentes um a um. Em seguida, começaram os discursos.
Primeiro, falou Aloisio Mercadante, coordenador do programa de governo. Na opinião dos presentes, foi um discurso “surpreendemente liberal”. Em seguida, o ex-governador Geraldo Alckmin, vice na chapa, com uma temática de pacificação e união.
Depois Lula quebrou o protocolo. Ao invés de falar, pediu para ouvir os empresários e suas sugestões para o país. Cinco presentes foram convidados a falar. Entre eles, Abilio Diniz, da Península, Andre Esteves do BTG, Fabio Ermínio de Moraes, do grupo Votorantin, e Luiz Henrique Guimarães, do grupo Cosan.
Nos discursos dos empresários, apelos por uma reforma tributária, por mais segurança jurídica, responsabilidade fiscal e também por continuidade. Esteves teria dito que um governo não tem que mais que tentar apagar o outro, mas, sim, continuar o que é feito de bom.
Quando Lula finalmente tomou a palavra, falou por cerca de 15 minutos. Fez um discurso de forte ênfase na política social, no aumento dos investimentos, na utilização dos bancos públicos e do BNDES para alavancar o crédito, e também fez críticas à privatização da BR Distribuidora. No relato dos presentes, “o Lula de sempre, com suas qualidades e defeitos”.