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    Eleições 2022

    Lula e Bolsonaro buscam fortalecer relação com as bases

    Principais concorrentes na corrida ao Palácio do Planalto, pré-candidatos articulam apoios

    Adriana De Lucada CNN , em Brasília

    Os dois principais postulantes ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), dedicaram esta terça-feira (19) à costura de acordos e atividades que reforçam a relação com as bases mais fiéis de cada um deles.

    Pela manhã, Bolsonaro participou da celebração do Dia do Exército, em Brasília, e afirmou que não se pode ter eleição sob o manto da suspeição.

    “Não podemos jamais ter eleições no Brasil que sob ela paire o manto da suspeição. E esse compromisso é de todos nós, presidentes dos Poderes, comandantes de Força, aqui obviamente direcionado ao trabalho do senhor ministro da Defesa”, disse Bolsonaro

    “As Forças Armadas não dão recados. Elas estão presentes. Elas sabem como proceder. Sabem o que é melhor para o seu povo, o que é melhor para seu país”, acrescentou.

    À noite, Bolsonaro foi a Cuiabá (MT) participar de um culto com pastores evangélicos de todo o Brasil.

    “Temos os nossos valores. Sou cristão, minha esposa é evangélica e esses valores estavam ameaçados há pouco tempo. Nós lutamos contra o aborto, contra a liberação das drogas, contra a ideologia de gênero, pela liberdade de religião e expressão, pelo direito de ir e vir. Essa força vem de vocês que, pela mão de vocês, vocês escolhem quem os representa no Planalto Central.”

    A agenda movimentada revela acenos de Bolsonaro às suas bases eleitorais estratégicas: evangélicos e forças armadas. Na área da segurança pública, o presidente precisa reverter uma crise: os policiais federais acusam Bolsonaro de descumprir o acordo de um aumento de salário maior do que os 5% prometidos como reajuste para os servidores públicos.

    Ao mesmo tempo, o ex-presidente Lula também articula a consolidação do apoio de suas bases eleitorais mais tradicionais. Nesta terça, o PT selou aliança com o Solidariedade, partido de Paulinho da Força.

    “Eu venho colocando essa questão da ampliação da aliança, é o desejo tanto da Gleisi [Hoffmann, presidente do PT] quanto do presidente Lula de juntar o máximo de movimentos sociais e de partidos, de lideranças que sejam de outro partido mas que possam estar juntos”, disse Paulinho.

    “Eu já tenho feito esse papel, tinha parado essa semana para saber se realmente era isso, mas vou continuar fazendo isso, procurando os companheiros que eu tenho intimidade para que a gente possa ampliar essa aliança e ganhar essa eleição”, acrescentou o deputado do Solidariedade.

    Também nesta terça-feira, PT e PSOL chegaram a um acordo sobre o apoio eleitoral, que prevê a revogação da reforma trabalhista e do teto de gastos, propostas que serão incluídas no programa do governo petista. No começo da noite, Lula deu entrevista à rádio “Conexão 98”, do Tocantins, e afirmou que, se eleito, vai rever pontos da reforma trabalhista.

    “Eu sempre briguei com empresários para que não tivesse uma reforma trabalhista que destrói tudo aquilo que a classe trabalhadora acumulou de conquista desde 1943, com a introdução da CLT [Consolidação das Leis Trabalhistas]. Lamentavelmente, o que eles fizeram foi a destruição dos direitos conquistados, oferecendo ao trabalhador um nada”, disse Lula.

    O ex-presidente afirmou ainda que pretende mudar a política de preços dos combustíveis no país, outro tema sensível para a esquerda.

    “O Brasil não tem nenhuma necessidade de estar com os preços vinculados ao dólar e ao preço internacional. Nós vamos abrasileirar os preços do gás, do óleo diesel e da gasolina”, finalizou o ex-presidente.

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