Lula diz que governo “não será só petista” e defende diálogo com Lira, caso eleito
Em entrevista nesta terça-feira (25), ex-presidente voltou a afirmar que, se chegar ao Planalto, não concorrerá à reeleição
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (25) que irá compor um governo com “vários segmentos da sociedade” caso eleito e não só com membros do Partido dos Trabalhadores. A declaração foi dada em entrevista à rádio Nova Brasil FM.
“Eu estou predestinado a trabalhar mais, a envolver mais gente. Não será um governo só petista. Será um governo em que estarão presentes vários segmentos da sociedade, petistas ou não petistas, pessoas que não tem partido político. O que eu quero é juntar todas as pessoas de bem que pensam o país democraticamente”, disse.
Lula ainda foi questionado sobre sua relação com o Congresso Nacional e especificamente com a presidência das casas legislativas. O petista afirmou que, caso Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) sejam reconduzidos a seus cargos, irá tentar estabelecer diálogo com ambos.
“Vai ser assim no Congresso Nacional: a gente vai ter que conversar. Se for o Lira eleito, vamos ter que conversar com o Lira; se for o Pacheco eleito, nós vamos ter que conversar com ele. E conversar numa boa, conversar à luz do dia. Não precisa ter reunião secreta. Conversa, e a sociedade fica sabendo o que nós conversando”, afirmou.
Durante a entrevista, Lula respondeu sobre ditaduras da América Latina, como a implementada na Nicarágua por Daniel Ortega. O petista disse que “o Estado brasileiro tem que manter contato com todo mundo de acordo com os seus interesses”. Para o ex-presidente, o Brasil deve “respeitar a autodeterminação dos povos”.
“O Brasil não quer que ninguém se meta na nossa política nem se meter na política de ninguém. O que nós queremos é defender os interesses do Brasil”, completou.
Sucessão
O candidato do PT voltou a afirmar também que, caso chegue ao Planalto, irá cumprir os quatro anos de mandato e não concorrerá à reeleição. Ele falou que os partidos do campo progressista devem começar a pensar no processo de sua sucessão.
“O que eu sei, efetivamente, e todo mundo sabe, eu faço questão de dizer: é que eu sou um presidente de um mandato só. Então, que os partidos políticos comecem a se preparar para indicar um sucessor. Eu vou tentar trabalhar para criar pessoas. Mas um líder se faz na luta, na briga do dia a dia, no compromisso dele”, afirmou.
Fotos: O primeiro debate do segundo turno das eleições
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