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    Lula diz ser “difícil” substituir ministros para cumprir acordos e cita necessidade de maioria no Congresso

    Votos na Câmara e no Senado podem dar tranquilidade ao governo para fazer nas mudanças pretendidas, diz presidente

    Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discusa na entrega do Plano Plurinual 2024-2027 ao Congresso, em Brasíla
    Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discusa na entrega do Plano Plurinual 2024-2027 ao Congresso, em Brasíla Reprodução/TV Brasil

    Lucas SchroederAna Patrícia Alvesda CNN

    São Paulo e Brasília

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta terça-feira (5), ser “muito difícil” substituir ministros para cumprir acordos políticos, mas afirmou que esse é um ato necessário para que o governo consiga construir maioria no Congresso Nacional.

    Durante o programa “Conversa com o Presidente”, sua live semanal, Lula falou sobre uma eventual conversa com os atuais comandantes das pastas – e a dificuldade de informar sobre uma possível substituição.

    “É sempre muito difícil chamar alguém para dizer: ‘Olha, eu vou precisar do ministério, porque eu fiz um acordo com um partido político e eu preciso atender’. Mas essa é a política”, disse Lula.

    “O governo tem propostas importantes para passar no Congresso Nacional. Os deputados não são obrigados a votar no governo, porque o governo mandou. As pessoas não são obrigadas a votar nas coisas que a gente faz.”

    Segundo o presidente, é preciso construir maioria nas duas Casas “para dar tranquilidade ao governo nas mudanças que precisamos fazer para aprovar determinadas coisas e para não permitir que coisas que sejam indigestas não sejam aprovadas”.

    “Ninguém precisa saber como os ministros do STF votam”, diz Lula

    Ainda durante a entrevista, Lula afirmou que “ninguém precisa saber” como votam os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

    “A sociedade não tem que saber como é que vota o ministro da Suprema Corte. O cara tem que votar, ninguém precisa saber, votou a maioria, 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2, não precisa ninguém saber, porque aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz”, disse Lula.

    “Para a gente não criar animosidade, eu acho que era preciso começar a pensar se não é o jeito da gente mudar o que está acontecendo no Brasil, porque do jeito que vai daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, passear com a família, porque tem um cara que não gostou da decisão dele”, acrescentou o petista.

    Antes de fazer as observações, Lula havia feito críticas à postura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que não cabe ao presidente da República gostar ou não das decisões do Supremo.

    “A Suprema Corte decide e a gente cumpre. É assim que é”, completou Lula.

    Militares “se apoderaram” do 7 de Setembro

    Ao ser questionado sobre o Dia da Independência, Lula avaliou que os militares “se apoderaram” do 7 de Setembro durante a ditadura militar (1964-1985), e que a data deveria, na verdade, ser celebrada por todos.

    “Todo país no mundo tem, no dia da independência, uma grande festa. O que aconteceu no Brasil é que como nós tivemos, durante 23 anos, um regime autoritário, a verdade é que os militares se apoderaram do 7 de Setembro”, disse Lula durante sua live semanal.

    De acordo com o presidente, a data deixou de ser celebrada pela sociedade como um todo. O mandatário também afirmou gostar bastante do evento.

    “O que nós estamos querendo fazer agora, com a participação do Exército, Marinha e Aeronáutica, é um 7 de Setembro de todos. Ou seja, o 7 de Setembro é do militar, do professor, do médico, do dentista, do advogado, do vendedor de cachorro-quente, é do pequeno e médio empreendedor individual”, frisou Lula.

    Sobre a cerimônia deste ano, o petista declarou acreditar que a comemoração será pacífica.

    “Acho que o 7 de Setembro é o dia de a gente comemorar a nossa autonomia diante da Coroa, esse foi o grande feito”, acrescentou Lula.