Lula diz que acordo entre Mercosul e UE “não é válido”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, se for eleito, pretende discutir o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, fechado em 2019. Em entrevista a veículos estrangeiros nesta segunda-feira (22), o petista disse que a consolidação do acordo não é “o desejo do Brasil”.

A parceria, que prevê mudanças tarifárias nas relações entre os blocos, ainda não entrou em vigor. Para que isso ocorra, é necessária a aprovação dos parlamentos de todos os países envolvidos.

Segundo Lula, o acordo não tem valor.

“O acordo não é válido porque ele não foi sequer concretizado em plenitude. O Brasil não é obrigado a concordar com um acordo que não respeita aquilo que é o desejo do Brasil.”

O petista afirma que o Brasil precisa dialogar com a União Europeia sem abrir mão da reindustrialização.

O que nós queremos é sentar com a União Europeia e discutir, em função da necessidade da União Europeia e da necessidade nossa, os direitos que cada um tem. Negociação tem que ser uma coisa que todos ganham. Não pode ser uma coisa em que um ganha e outro não ganha. O que nós queremos na discussão com a Europa é não abrir mão do nosso interesse de nos reindustrializar.”

Entre as medidas previstas pelo acordo estão a retirada de tarifas sobre 91% dos produtos que a União Europeia exporta para o Mercosul num período de 10 anos e, em sentido contrário, a retirada de tarifas de 92% dos produtos que o Mercosul exporta para a União Europeia num período de 10 anos.

Debate

As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.

O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.

*Com informações de Malu Patrício