Lula diz ao presidente do México que invasão a embaixada foi “grave ruptura”
Representação mexicana no Equador foi invadida pela polícia local para prender o ex-vice-presidente do país
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ligou, nesta terça-feira (9), para o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, a fim de demonstrar solidariedade após a invasão da embaixada do país em Quito, no Equador.
De acordo com a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Lula disse a Obrador que o caso representa “uma grave ruptura do direito internacional”.
Lula ainda se comprometeu a acompanhar o tema na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e disse que pretende visitar o México até o fim do ano, quando o mexicano ainda estará na Presidência. As eleições no país estão marcadas para junho.
Obrador, por sua vez, agradeceu a solidariedade brasileira e ressaltou que o país levará o caso à Corte Internacional de Justiça.
Na sexta-feira (5), data do ocorrido, Lula já havia prestado solidariedade ao líder mexicano pelas redes sociais e compartilhou o comunicado do Ministério das Relações Exteriores condenando o caso.
Entenda o caso
A polícia equatoriana invadiu a embaixada do México em Quito e prendeu o ex-vice-presidente do país Jorge David Glas Espinel, que estava vivendo no local desde dezembro.
Glas foi condenado duas vezes no Equador por acusações de corrupção. Ele fazia parte do governo do ex-presidente de esquerda Rafael Correa entre 2013 e 2017.
Na ocasião, Obrador chamou a prisão do ex-vice-presidente de uma flagrante violação do direito internacional e da soberania mexicana e disse que instruiu seu ministro das Relações Exteriores a suspender as relações diplomáticas com o Equador.
“Isto é uma violação flagrante do direito internacional e da soberania do México, razão pela qual instruí o nosso chanceler a emitir uma declaração sobre este ato autoritário, proceder legalmente e declarar imediatamente a suspensão das relações diplomáticas com o governo do México e Equador”, explicou.
À CNN, o chefe da embaixada mexicana no Equador, Roberto Canseco, disse que foi imobilizado e jogado no chão pela polícia, ao tentar impedir que Glas fosse levado. Ao se levantar qualificou o episódio como “totalmente inaceitável” e “barbárie”.