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    Eleições 2022

    Lula delega a Alckmin diálogo com agro e visitas ao Centro-Oeste na reta final da campanha

    Ex-presidente acredita que o motivo da resistência do setor com o PT "pode ser ideológico" e não tem relação com “dinheiro”

    Geraldo Alckmin (PSB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), companheiros de chapa na corrida pelo Planalto
    Geraldo Alckmin (PSB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), companheiros de chapa na corrida pelo Planalto Foto: Ricardo Stuckert

    Tainá Falcãoda CNN

    Após ser convencido por aliados da divulgação de uma carta direcionada aos evangélicos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou qualquer outro documento direcionado ao agronegócio, setor em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) mantém vantagem de apoios. Assim como no primeiro turno, a missão de convencer lideranças do agro a aderirem à campanha do ex-presidente petista deverá ser do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa.

    “Não é possível fazer uma campanha fazendo carta para cada setor da economia brasileira. Tenho muita tranquilidade de que qualquer oposição que o agro tenha ao PT e a mim não é por conta de mau tratamento que tiveram quando fui governo ou quando a Dilma foi presidente”, disse Lula.

    A declaração foi dada em visita a Porto Alegre, onde o candidato petista empata com o presidente Jair Bolsonaro com 46% das intenções de votos, segundo pesquisa Ipec divulgada na última semana.

    Para o ex-presidente, o motivo da resistência do agro com o PT “pode ser ideológico” e não tem a ver com liberação de recursos e facilidades destinadas ao setor nos governos petistas.

    Novamente, Lula citou como exemplo uma medida provisória que permitiu a renegociação de R$ 85 bilhões em dívidas.

    “E, naquele tempo, eles compravam as colheitadeiras que eles têm hoje, aquelas máquinas enormes que você vê na TV, pagando 2% de juros ao ano, sendo que hoje estão pagando 18%. O problema do agro conosco não é dinheiro. Pode ser ideológico, concepção”, afirmou.

    Aliados de Lula no Centro-Oeste tentavam convencê-lo a visitar a região no segundo turno, mas em busca de ampliar vantagem sobre Bolsonaro e evitar abstenção em estados-chave, a campanha presidencial deverá manter o foco no Sudeste.

    “Se o Alckmin vai conversar com o agronegócio, para mim é bom. Eu tenho agora que fazer comício em seis estados ainda antes de terminar e tem o último debate, dia 27”, respondeu.

    Para a ofensiva no Centro-Oeste, além do senador Carlos Favaro (PSD-MT), que já estava com Lula desde o primeiro turno, Alckmin conta com ajudas da ex-ministra e líder pecuarista Katia Abreu e da senadora Simone Tebet (MDB-MS), terceira colocada no primeiro tuno da eleição presidencial.

    Fotos — Veja quem declarou apoio a Lula e a Bolsonaro no segundo turno