Lula critica Bolsonaro por “não cuidar” do Alvorada e se diz “sem-casa, sem-palácio”
"O cidadão que estava morando lá não tinha nenhuma disposição e intenção de cuidar daquilo. Nem cama a gente encontrou no quarto presidencial", disse o presidente em cerimônia em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (31), ser um “sem casa, sem palácio”. O mandatário não se mudou para Palácio da Alvorada e continua morando em um hotel da capital federal.
“Faz mais de 45 dias que estou num hotel, à espera que a gente consiga liberar o Alvorada porque o cidadão que estava morando lá não tinha nenhuma disposição e intenção de cuidar daquilo. Nem cama a gente encontrou no quarto presidencial”, disse Lula.
A fala do presidente aconteceu em uma cerimônia no Palácio do Planalto, na qual foram assinados decretos para o governo dialogar com movimentos sociais. As medidas criaram o Conselho de Participação Social e o Sistema de Participação Social Interministerial.
Lula também acrescentou que somente no último dia 24 os ministérios conseguiram completar o quadro de funcionários para trabalhar plenamente.
“Os ministérios trabalharam muito tempo só o ministro e o secretário-executivo ou chefe de gabinete. Só foi rodada a chave para que os companheiros montassem o governo no dia 24. Significa que faz seis dias apenas que os ministérios estão concluídos e funcionando”, afirmou.
“Luta contra o feminicídio é sem trégua”
O presidente dedicou parte de sua fala para abordar a questão da violência contra a mulher.
“Nossa luta contra o feminicídio é uma luta sem trégua. Vocês sabem que não basta uma lei para resolver esse problema”, afirmou o presidente, citando o crescimento dos índices durante a pandemia.
“Isso é um problema, além de lei, é cultural, de educação. É duro de falar: mas o homem tem que aprender que a mulher não foi feita pra apanhar. Mulher foi feita pra ser parceira, fazer política, pra ser igual”, completou.
Lula declarou que “precisamos de penas muito severas” e “criar narrativa para fortalecer a mulher a fazer a denúncia”.
“Vamos ter que ter muitos lugares para que a mulher que faça a denúncia possa ser protegida e não ficar a mercê do cara que bateu nela uma vez e vai querer bater a segunda vez”, disse.
“Eu espero que, ao terminar esse mandat,o a gente tenha, se não o índice zero de violência contra a mulher, o índice mais baixo da história desse país”, concluiu o presidente.
(Publicado por Lucas Schroeder)