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    Luciano Hang é condenado por injúria e difamação por chamar arquiteto de “esquerdopata”

    TJ-RS condenou empresário a um ano e quatro meses de prisão, mas a pena foi substituída por uma indenização de 35 salários mínimos

    Victor Aguiarda CNN* , São Paulo

    O empresário Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan, foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) por injúria e difamação contra o arquiteto Humberto Hickel.

    A pena estabelecida inicialmente foi de um ano e quatro meses de prisão em regime fechado, mais quatro meses de detenção em regime aberto. Também foi aplicada uma multa correspondente ao valor de aproximadamente R$ 208 mil.

    As medidas, no entanto, foram substituídas pela 1ª Câmara Especial Criminal do TJ-RS por prestação de serviços comunitários e pagamento de indenização a Hickel no valor de R$ 36,3 mil, correspondendo a 35 salários mínimos vigentes na época em que a injúria e difamação aconteceram, no ano de 2020.

    A defesa do empresário ainda pode entrar com recurso da decisão.

    “Esquerdopata”

    A condenação se refere a um episódio ocorrido em 2020, quando o arquiteto iniciou um abaixo-assinado contra a instalação da estátua da Liberdade, símbolo da Havan, no município de Canela, no interior gaúcho.

    À época, Hickel argumentou que a estrutura teria impacto negativo no urbanismo e na economia local, em função da competição com comerciantes de menor porte.

    Hang respondeu à manifestação com um vídeo, publicado nas suas redes sociais, em que chama Hickel de “esquerdopata” e “da turma do ‘ele não’”, além de afirmar que o arquiteto “adora o MST” e falar para que ele “vá pra Cuba que o pariu”.

    O entendimento dos desembargadores da 1ª Câmara foi de que as declarações poderiam danificar a imagem pública e profissional do arquiteto, indo além de mera divergência política.

    “As expressões utilizadas pelo querelado, como ‘esquerdopata’ e ‘vá pra Cuba que o pariu’ são exemplos claros de linguagem depreciativa e desonrosa que não contribuem para uma discussão construtiva”, afirmou a magistrada Viviane de Faria Miranda.

    “Não se está diante de um debate político, e sim de pontos de vista diferentes em relação ao impacto urbanístico na cidade de Canela. O uso de termos pejorativos e ofensivos, especialmente em um contexto público, agrava a situação, pois visa expor o querelante ao desprezo e à humilhação”, concluiu.

    A desembargadora defendeu, ainda, que o vídeo publicado por Hang “ultrapassa os limites do debate público legítimo”, e que a “liberdade de expressão não constitui liberdade de agressão”.

    O que diz Luciano Hang

    À CNN, a assessoria de Hang diz que o fato aconteceu há quatro anos, “quando ao instalar a Estátua da Liberdade em frente à loja de Canela (RS), o arquiteto Humberto Hickel fez um abaixo-assinado contra”.

    Em um comentário, o empresário diz que “ele não teve apoio na cidade, inclusive pessoas de fora do país assinaram esse abaixo-assinado, ninguém deu bola pra ele e eu fiz um vídeo sobre isso na época”.

    Sobre o processo, Hang cita que “em primeira instância, vencemos. O Ministério Público concordou que chamar ele de esquerdopata não seria motivo para criminalizar, sendo um debate político. Mas, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul agiu diferente e considerou um crime, porque a população local ficou contra a posição do cara. Mas, vamos recorrer da decisão”.

    Finaliza ainda dizendo que “segue com a consciência tranquila de que apenas exerceu o direito à liberdade de expressão, manifestando sua opinião”.

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