Lira retorna ao plenário da Câmara após dois meses sem presidir sessões
Presidente da Câmara voltou à Brasília após temporada eleitoral em Alagoas e deve se dedicar à sucessão na Casa e à reforma tributária
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), presidiu a sessão da Casa nesta terça-feira (15) após mais de dois meses sem comparecer ao plenário.
Conforme registros da Casa, a última sessão deliberativa presidida por Lira foi em 13 de agosto, logo após o recesso parlamentar.
Foco no reduto
Ao longo de agosto e setembro, o presidente decidiu se concentrar na disputa pela Prefeitura de Maceió, seu reduto eleitoral.
O candidato apoiado por Lira, JHC (PL), venceu a disputa em primeiro turno e foi reeleito com 83,26% dos votos.
Novo foco
Após a vitória do aliado na capital alagoana, Lira deve passar os próximos dias em Brasília. A expectativa é de que, nas próximas semanas, ele anuncie formalmente o nome de seu candidato para a sucessão da presidência da Casa.
O presidente espera que seu candidato seja um nome de consenso entre as principais bancadas da Câmara. O maior cotado é o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que tem recebido sinalização de apoio de Lira e de diversos líderes partidários ao longo das últimas semanas.
“Convergência”
Mais cedo, em coletiva de imprensa, o líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), afirmou que a bancada tem discutido sobre qual candidato apoiará, mas indicou que a tendência é o apoio a Hugo Motta, considerado uma “candidatura de convergência”. O entendimento é o mesmo no PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os demais nomes na disputa são Elmar Nascimento (União-BA) e Antônio Brito (PSD-BA), que devem lançar uma chapa única. Nos bastidores, Elmar era considerado o favorito de Lira. No entanto, a aproximação entre o presidente da Câmara e Hugo Motta motivou a junção entre as candidaturas do União e do PSD. O candidato que assumirá a frente da chapa ainda não foi anunciado.
Reforma tributária
Outra prioridade de Lira neste segundo semestre é a aprovação do primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária. O texto foi aprovado pela Câmara antes do recesso de julho e agora tramita no Senado.
O projeto chegou ao Congresso em regime de urgência, ou seja, com prazo de 45 dias para ser analisado por cada uma das Casas Legislativas. Na última semana, no entanto, o governo federal decidiu retirar o pedido de urgência sobre o texto.
A CNN apurou que a medida desagradou Lira. O deputado defendia que o projeto fosse aprovado pelo Senado no mesmo prazo que passou pela Câmara.
Lira tem negociado com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, a aprovação do texto na Casa Alta até o início de novembro. A expectativa é de que a proposta receba alterações e, por isso, retorne para análise dos deputados. O presidente da Câmara quer aprovar a matéria até o final do ano.
Além disso, nos bastidores, Lira tem condicionado a aprovação dos destaques ao segundo projeto de regulamentação da tributária, travado na Câmara, à aprovação do primeiro texto no Senado.