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    Lira diz que vai recorrer após MPF não ver crime em fala de Felipe Neto

    Órgão pediu arquivamento de ação contra influenciador digital por suposto crime de injúria

    Lucas MendesMayara da Pazda CNN

    Brasília

    A assessoria do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), informou nesta segunda-feira (20) que o parlamentar vai recorrer da decisão do Ministério Público Federal (MPF) que pediu o arquivamento de um processo contra o influenciador Felipe Neto.

    “O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, irá recorrer do parecer do Ministério Público Federal pelo arquivamento do procedimento criminal contra o senhor Felipe Neto. O recurso será enviado para a Câmara de Coordenação e Revisão do MPF”, diz a nota.

    O Ministério Público Federal (MPF) não viu crime na fala do influenciador digital e youtuber Felipe Neto, ao chamar de “excrementíssimo” o presidente da Câmara dos Deputados.

    Para o órgão, o caso deve ser arquivado. A manifestação foi assinada na sexta-feira (17), pelo procurador Carlos Henrique Martins Lima.

    O documento foi enviado no procedimento aberto contra o influenciador a partir da representação feita por Lira na Polícia Legislativa. O caso tramita no Juizado Especial Criminal Adjunto à 10ª Vara Federal de Brasília, depois de Lira acionar.

    Pelo caso, Felipe Neto foi autuado pelo suposto crime de injúria.

    Para o procurador do MPF, como a vítima [Arthur Lira] é titular do cargo público de deputado, “é natural que, por vezes, sob certas circunstâncias, receba críticas depreciativas, mas que, sopesadas no contexto em que se inserem, não alcançam o limite de serem classificadas como delituosas”.

    Conforme sua manifestação, as “palavras duras” dirigidas ao deputado, “conquanto configurem conduta moralmente reprovável, amoldam-se a ato de mero impulso, um desabafo do investigado, não havendo o real desejo de injuriar ou lesividade suficiente”.

    “Por atipicidade da conduta, o Ministério Público Federal promove o arquivamento do presente procedimento”, concluiu.

    O caso

    Felipe Neto se referiu a Lira como “excrementíssimo” durante participação virtual no simpósio “Regulação de plataformas digitais e a urgência de uma agenda”, promovido pela Câmara, em 23 de abril.

    “É preciso que a gente fale mais com o povo, é preciso que a gente convide mais o povo para participar, como o Marco Civil da Internet brilhantemente fez. E é preciso, fundamentalmente, que a gente altere a percepção em relação ao que é um projeto de lei, como era o PL 2630 [fake news e redes sociais], que foi infelizmente triturado pelo excrementíssimo Arthur Lira”, declarou Felipe Neto.

    Em ofício enviado à Polícia Legislativa, Lira afirma que chegou ao conhecimento dele que Felipe Neto “proferiu expressões injuriosas contra a minha pessoa”.

    “Nesse contexto, considerando que os fatos acima relatados podem configurar a prática de crimes contra a honra, ocorridos nas dependências da Câmara dos Deputados, determino a adoção das providências cabíveis, no que tange à competência dessa Polícia Legislativa”, escreveu.

    Indenização de R$ 200 mil

    No início deste mês, Lira ainda apresentou um pedido para que Felipe Neto pague uma indenização de R$ 200 mil por danos morais.

    Em 9 de maio, o juiz Cleber de Andrade Pinto, da 16ª Vara Cível de Brasília, determinou que Lira e Neto participem de uma audiência de conciliação, que ainda não tem data definida.