Lira continuará a ser pressionado para agir contra Bolsonaro, diz especialista
Segundo Fernando Abrucio, presidente da Câmara não definiu ainda em que lado vai se posicionar na atual crise institucional brasileira
Mesmo após o discurso desta quarta-feira (8), a crescente rejeição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve seguir pressionando o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou à CNN o cientista político Fernando Abrucio.
“O presidente da Câmara percebeu que houve uma mudança no cenário, mas ele não sabe como se colocar nessa mudança. Por um lado, Lira lidera um grupo que recebe muitos recursos do governo federal. Por outro, a economia está piorando, as elites econômicas e sociais do país estão cada vez mais se afastando e os bolsonaristas, que devem ser cerca de 20% da população, não irão votar no Lira. Portanto, a pressão vai continuar sobre o presidente da Câmara”, afirma o cientista político.
O presidente da Câmara se manifestou nesta quarta sobre os discursos de Bolsonaro nas manifestações do 7 de Setembro. Lira afirmou que o Congresso é o “motor de pacificação” na crise institucional brasileira.
Segundo o analista de política da CNN Gustavo Uribe, o discurso foi visto com bons olhos pelo Planalto, principalmente por não citar a palavra “impeachment”.
Abrucio afirmou que não lembra ter visto Lira tão nervoso quanto no pronunciamento que fez nesta quarta-feira (8).
“Nunca vi o Arthur Lira tão nervoso quanto na sua fala de hoje. Ele é uma pessoa muito enfática e bem preparada para o discurso parlamentar, e hoje ele estava tremendo nas bases. Isso mostra que alguma coisa se mexeu e o gato subiu no telhado”, completa o especialista.
(Publicado por Evandro Furoni)