Lira avisa governo que não irá interferir na votação da MP da Reestruturação em plenário
Presidente da Câmara alertou emissários do governo sobre falta de articulação política e disse que não poderá influenciar em votação que retira atribuições dos Ministérios do Meio Ambiente e Povos Indígenas
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou a articuladores do governo na segunda-feira (29) que não vai interferir na votação da Medida Provisória da Reestruturação, que mexe na montagem dos ministérios. Lira também alertou para um “cochilo” do Palácio do Planalto.
Num esforço para diminuir os efeitos das mudanças que a Casa quer fazer na configuração das pastas do governo Lula, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), procuraram Lira pessoalmente na segunda e pediram ajuda.
De acordo com relatos do encontro, Lira quis deixar claro que a articulação de governo cabe ao próprio governo e que ele irá limitar sua atuação pessoal a temas que considera importantes para o país, como a votação da reforma tributária e do marco fiscal.
Na semana passada, o marco fiscal foi aprovado pelos deputados após articulação em que Lira fez questão de dizer que não foi uma conquista da base aliada de governo.
A interlocutores, o presidente da Câmara tem manifestado desconforto com o que chama de “narrativa” de que estaria atrapalhando o governo.
Na conversa com os emissários do governo, o parlamentar ressaltou que não pode ser responsabilizado pela derrota do Planalto com o esvaziamento dos ministérios do Meio Ambiente e de Povos Indígenas, que podem perder atribuições importantes depois de concluída a votação da MP da Reestruturação.
Há sete medidas provisórias do governo na pauta da Câmara, que começam a vencer nesta semana.
“Transfere a articulação política do governo para o governo. Tudo o que for importante para o país, Lira vai articular. Mas quem tem que se mobilizar para garantir mudança na MP da Reestruturação, em todas as outras MPs, é o próprio governo”, afirmou à CNN um aliado do presidente da Câmara.