Lideranças se reúnem para avaliar tensão entre Bolsonaro e Maia
Algumas lideranças estão colhendo informações de bastidores para saber o que motivou o ataque de Bolsonaro a Maia
Lideranças e dirigentes partidários organizam para a manhã desta sexta-feira em Brasília uma reunião para tratarem da escalada do tensionamento político entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Trata-se de uma reação imediata à entrevista que Bolsonaro deu à CNN com ataques diretos a Maia, rebatida por ele logo na sequência.
O encontro pretende reunir algumas autoridades presentes em Brasília e outras por videoconferência para tratar do assunto.
No geral, as avaliações ainda são distintas. Há quem defenda uma reação mais forte do Congresso como um todo a Bolsonaro. Outro grupo avalia que o melhor agora é distensionar e não é positivo que em meio ao combate ao coronavírus haja uma guerra institucional.
Lideranças que a CNN ouviu nesta manhã avaliam que o problema será dosar isso de modo que qualquer manifestação não permita desequilibrar o jogo de forças nem para um nem para outro lado. Não se pode, sob essa ótica, nem abandonar Maia nem entrar em um conflito aberto contra o Palácio do Planalto.
Por isso que antes de se manifestarem, algumas lideranças estão colhendo informações de bastidores para saberem o que motivou o ataque de Bolsonaro a Maia. Uma das informações que chegaram a esse grupo é a de que Maia teria quebrado um acordo informal feito com o governo de não atacar o presidente, em especial nas coletivas diárias que vem fazendo na Câmara.
Outra é que o presidente, baseado em pesquisas, quis impulsionar manifestações contra Maia nas redes sociais e nas ruas neste final de semana.
Ainda que seja isso, há a leitura de que o presidente errou gravemente na forma e no tom dos ataques, ainda que seja possível extrair algo do conteúdo de sua fala: um ativismo de Maia que pode implicar em grande rombo nas contas públicas.