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    Lava Jato faz parte de um sonho, diz Deltan Dallagnol após saída da força-tarefa

    Em entrevista à CNN, procurador diz não ter pretensão política no momento

    da CNN, em São Paulo

     

    Após sua saída da força-tarefa, o procurador da República Deltan Dallagnol afirmou nesta terça-feira (1º) que a Lava Jato fez parte de um sonho, mas que irá se dedicar à sua família neste momento. 

    “Jamais vou perder o brilho no olhar pelos sonhos que tenho. A Lava Jato fez parte de um sonho de um país com menos corrupção. Mas tenho outros sonhos, de ser um excelente pai, de que meus filhos tenham bom desenvolvimento. E o modo de concretizar é pegar as horas que dedicava à Lava Jato à minha filha”, disse em entrevista à CNN

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    Deltan disse que sua saída se dá somente pelo estado de saúde de sua filha de um ano e 10 meses e que não tem pretensão política neste momento. 

    Ele afirmou que, no momento, irá tirar férias de 30 dias para aprender as técnicas necessárias para o desenvolvimento de sua filha e, depois, continuará sua carreira como procurador. “Meu plano é seguir na profissão que faço”, afirmou. 

    Deltan avalia que as reclamações disciplinares por sua atuação são resultado de pressões sobre a Lava Jato. “Esse último julgamento é fruto de pressões explícitas para que existam punições a membros do Ministério Público”, avaliou.

    Futuro da Lava Jato

    Deltan respondeu que, se as tensões no Judiciário se aliviarão com sua saída, vai depender se a oposição da Procuradoria-Geral da República é à pessoa dele e ou à operação como um todo. “Se a oposição for em relação a mim, pode distensionar, mas se for em relação à Lava Jato, pode continuar a existir em maior ou menor grau, de outra maneira”, disse. 

    Para o procurador, a maior ameaça à continuidade do trabalho da força-tarefa é externo, não interno. Ele citou o caso do ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Vital do Rêgo, que foi travada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) mais cedo nesta terça.

    “Não consigo imaginar qual foi a razão, foi um processo completamente regular”, disse. 

    Alessandro Oliveira

    Quanto à sucessão no comando da operação em Curitiba, Deltan afirmou que não houve ingerência da Procuradoria-Geral e que fez contato direto com seu substituto. 

    Ele contou que após a identificação da questão de saúde em sua família, tomou a decisão que sairia da força-tarefa e sondou quem teria disponibilidade em assumir o cargo. 

    Quem coordenaria a força-tarefa seria o membro mais antigo da PGR em Curitiba que tivesse disponibilidade para a posição, mas Deltan disse que apenas o procurador Alessandro Oliveira se manifestou nesse sentido. 

    “A Lava Jato vai seguir firme, é composta por 14 procuradores da República que tomam decisão de forma colegiada. O Alessandro é um colega competente, dedicado, tem conhecimento e experiência, é um colaborador e apoiador da Lava Jato”, defendeu.

    (Edição do texto: Paulo Toledo Piza).

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