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    Lava Jato expôs esquema de corrupção, mas atropelou a lei, afirma advogado

    Em entrevista à CNN, advogado criminalista Augusto de Arruda Botelho disse que Operação desrespeitou garantias fundamentais de réus, incluindo o ex-presidente Lula (PT)

    Thiago FélixLéo Lopesda CNN , em São Paulo

    Nesta terça-feira (10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a afirmar que a imprensa foi enganada e reproduziu mentiras durante a Operação Lava Jato. Ele também disse que alguns personagens da operação, como o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol, que coordenava a Lava Jato, hoje estão “com vergonha de andar na rua”.

    Em resposta, Deltan disse por meio de sua assessoria que “quem tem que ter vergonha de sair na rua é quem foi condenado por corrupção em três instâncias”.

    Em entrevista à CNN nesta quarta (11), o advogado criminalista e pré-candidato a deputado federal pelo PSB-SP, Augusto de Arruda Botelho, disse que a Operação Lava Jato tem méritos, mas cometeu abusos.

    Ele pontua que a Operação “desnudou um esquema de corrupção, processou, condenou e prendeu algumas pessoas que necessariamente precisavam dessa resposta do Estado”, além de recuperar bilhões de reais.

    “Por outro lado, para obter esses resultados, a Lava Jato atropelou a lei, rasgou a Constituição e desrespeitou uma série de direitos e garantias fundamentais de vários réus”, acrescentou.

    Para o advogado, o legado deixado pela Operação “é de abuso, desrespeito à lei, com a justificativa de que o crime de corrupção é grave”.

    “É evidente que o crime de corrupção é um crime grave, que precisa ser combatido e punido. Mas não há crime grave o suficiente que justifique o atropelo da lei, e é isso o que a Lava Jato em vários momentos fez”, disse.

    Ao falar do ex-presidente Lula (PT), que, no âmbito da Operação, foi condenado pelo então juiz federal Sergio Moro e detido na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR) por 580 dias, Augusto disse que “sempre paira uma dúvida sobre a inocência do ex-presidente”.

    Mas ele argumenta que “quem dá essa resposta é a Constituição brasileira.

    “Qual a situação atual do ex-presidente Lula? Ele tem alguma sentença penal condenatória transitado em julgado? Não. Ele tem alguma sentença penal condenatória? Não. Ele tem algum processo contra ele? Também não”, disse o advogado.

    “São os fatos baseados no que a Constituição brasileira dispõe e escreve, em uma cláusula pétrea inclusive”, concluiu.

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