Justiça dá 15 dias para Witzel se explicar sobre acusações a Flávio Bolsonaro
Defesa de senador pediu que ex-governador do Rio de Janeiro explique acusações feitas durante depoimento à CPI da Pandemia
A Justiça do Rio de Janeiro deu 15 dias para que o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel se explique sobre as acusações que fez contra o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), durante depoimento à CPI da Pandemia, no Senado. O caso está com o juiz Ricardo Coronha Pinheiro, da 39a Vara Criminal.
Os advogados de Flávio afirmaram à Justiça que Witzel teria cometido crimes de calúnia, difamação e injúria ao citar a gestão dos hospitais federais e o assassinato da vereadora Marielle Franco. O ex-governador afirmou à CNN que ainda não foi intimado da decisão.
Em depoimento sigiloso à CPI da Pandemia, agendado para o dia 9 de julho, Witzel pretende detalhar aos senadores sobre uma suposta influência de Flávio Bolsonaro sobre a rede hospitalar federal no Rio de Janeiro.
À Justiça, a defesa de Flávio questiona o que Witzel quis dizer ao afirmar que as unidades “têm um dono” e citam que, em reservado, o governador afastado disse aos senadores que o “dono” dos hospitais seria Flávio Bolsonaro.
“O que pretendeu dizer o interpelado: que haveria corrupção? Tráfico de influência? Relações espúrias de compadrio? Em que contexto um Senador da República poderia ser dono ou ter alguma ingerência em hospitais federais em algum ente da federação?”, indaga trecho do documento.
Sobre o assassinato de Marielle, os advogados pedem explicações sobre a declaração em que o ex-governador fez menção ao porteiro do condomínio de Jair Bolsonaro, ouvido na investigação sobre a morte da vereadora, e foi dita quando Renan Calheiros afirmou que Flávio Bolsonaro estava agindo para constranger o ex-governador durante o depoimento.