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    Julgamento foi direcionado, diz Dallagnol sobre condenação do TCU

    Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (10), ex-procurador da Lava Jato criticou decisão e afirmou que irá recorrer

    CNN

    Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (10), o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol afirmou que o julgamento do Tribunal de Contas da União (TCU) que resultou em sua condenação foi direcionado.

    “Foi um julgamento direcionado que focou especificamente no Rodrigo Janot e Deltan Dallagnol, que são pré-candidatos. E um julgamento direcionado feito por pessoas que, com todo respeito, embora sejam ministros, estavam sendo investigadas na Lava Jato, e que, ao meu ver, não têm isenção para fazer um julgamento como esses”, disse.

    Dallagnol, que chefiou a operação em Curitiba, e o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foram condenados por unanimidade pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a devolver R$ 2,8 milhões aos cofres públicos por irregularidades no recebimento de diárias e passagens entre os anos de 2014 e 2021. Eles também deverão pagar multa de R$ 200 mil cada.

    De acordo com a decisão, as condutas podem caracterizar atos dolosos de improbidade administrativa. Na prática, isso poderia tornar Dallagnol inelegível, impedindo-o de concorrer à Câmara dos Deputados pelo Podemos do Paraná.

    “As diárias eram devidas e regulares, porque elas seguiram a lei, porque todos os órgãos que atuaram no caso disseram que não existia um modelo mais econômico e porque responsabilizou Deltan Dallagnol, que não recebeu, não pagou, não mandou pagar, não tinha sequer poderes para mandar pagar, não tinha poderes de gestão, não tinha poderes de implementar esse esquema de diárias”, argumentou Dallagnol.

    O ex-procurador afirmou que irá recorrer da condenação.

    “A gente vai recorrer. Vai recorrer primeiro para o próprio TCU e, em seguida, vai levar essa questão para Justiça onde, aliás, já ganhou na primeira instância, em uma decisão em que o juiz disse, inclusive, que existem indícios de suspeição, indícios de quebra de impessoalidade do ministro relator Bruno Dantas.”

    Procurado pela CNN, o ministro Bruno Dantas, presidente do TCU, respondeu às declarações de Dallagnol. “No TCU não se cultiva o hábito de debater com condenados. Atacar o juiz é uma estratégia tão antiga quanto diversionista e revela mais sobre o condenado do que sobre o Tribunal que o julgou”.

    O advogado Cristiano Zanin, que integra a defesa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi convidado para uma entrevista, mas, por motivos de agenda, não pôde participar.

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