Coronavac: Doria pede compreensão a Bolsonaro e diz que Pazuello agiu certo
"Não há razão para censurar ou recriminar um ministro da Saúde por ter agido corretamente em nome da ciência e da vida", avalia o governador de SP
Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dizer que o governo federal não irá comprar a Coronavac – vacina contra a Covid-19 produzida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo -, o governador João Doria (PSDB) defendeu a decisão do Ministério da Saúde desta terça-feira (20) de adquirir as doses do imunizante.
“Peço a compreensão do presidente Jair Bolsonaro e seu sentimento para compreender que seu ministro da Saúde agiu corretamente. Agiu baseado na saúde, na ciência, na medicina, e priorizando a saúde dos brasileiros”, falou.
E acrescentou: “Não há razão para censurar ou recriminar um ministro da Saúde por ter agido corretamente em nome da ciência e da vida. Há de aplaudi-lo, como ele foi aplaudido ontem por 24 governadores de estados, por senadores e deputados que estavam presentes na reunião.”
O governador também se manifestou pelo Twitter: “Peço ao presidente Jair Bolsonaro que tenha grandeza. E lidere o Brasil para a saúde, a vida e a retomada de empregos. A nossa guerra não é eleitoral. É contra a pandemia. Não podemos ficar uns contra os outros. Vamos trabalhar unidos para vencer o vírus. E salvar os brasileiros”, escreveu.
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Em mensagem publicada em sua conta no Facebook nesta quarta-feira (21), Bolsonaro (sem partido) apresentou uma justificativa para a decisão de o governo federal não comprar a Coronavac.
“Para o meu Governo, qualquer vacina, antes de ser disponibilizada à população, deverá ser COMPROVADA CIENTIFICAMENTE PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE e CERTIFICADA PELA ANVISA”, escreveu Bolsonaro, se referindo à Coronavac como “a vacina chinesa de João Doria”.
O presidente afirmou ainda que a população brasileira “NÃO SERÁ COBAIA DE NINGUÉM”. “Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina”, concluiu.
Pouco antes, em comentários a internautas em outra publicação na mesma rede social, Bolsonaro já havia dito que a vacina “não será comprada” pelo governo.
(*Com informações de Giovanna Bronze e Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo)