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    Itamaraty: Atraso da China no envio de insumos para vacina não é intencional

    Governo de São Paulo culpa declarações do presidente Jair Bolsonaro pelo atraso

    Adriana de Luca, da CNN, em São Paulo

    O Ministério das Relações Exteriores afirmou, por meio de nota divulgada nesta quinta-feira (6), ter sido informado por autoridades chinesas de que eventuais atrasos nas entregas dos insumos para a produção da Coronavac não são intencionais.

    A explicação da China, segundo o Itamaraty, é de que a exportação da matéria-prima para o imunizante está ocorrendo para diversos países. 

    Mais cedo, o governo de São Paulo culpou as recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelos atrasos, que fizeram o Instituto Butantan suspender pela segunda vez o envase da vacina contra a Covid-19 no Brasil.

    Nesta semana, o presidente afirmou ver risco de uma “guerra química” e, sem citar diretamente a China, afirmou que o novo coronavírus pode ter sido produzido em laboratório. O vírus causador da Covid-19 foi identificado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan no final de 2019.

    “Essas declarações têm impacto e ficamos a mercê. E temos que debitar isso, principalmente, do governo federal, que tem remado contra”, afirmou o diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

    China 

    A China reagiu nesta quinta-feira (6) às falas de Bolsonaro. Durante uma coletiva de imprensa, o porta-voz do governo chinês evitou falar o nome do presidente brasileiro, mas disse ser contra a “politização” da pandemia da Covid-19.

    Segundo o analista de internacional da CNN Lourival Sant’Anna, a China tem como prática de política externa falar pouco publicamente sobre desavenças e descontentamentos, mas tomar medidas práticas.

    Lourival cita os exemplos da Índia e da Austrália. Os indianos tiveram um conflito diplomático com os chineses que foi recentemente resolvido e substituído por uma aproximação. Diante da atual crise vivida pela Índia, o país recebeu respiradores e geradores de oxigênio doados pela China.

    Por outro lado, a Austrália liderou as pressões na Organização Mundial da Saúde (OMS) por uma investigação global contra a China em razão da Covid-19. Segundo Lourival, os chineses adotaram nos últimos meses uma série de restrições e sobretaxas aos produtos australianos, em represália.

    ‘Nenhum problema político’

    O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, afirmou em uma audiência que a exportação de insumos para o mês de maio está autorizada pelo governo da China.

    “Eu quero dizer que acho que não há nenhum problema político hoje que permeie ou atrapalhe a nossa produção de vacinas aqui.”, disse França. 

    O ministro das Relações Exteriores, Carlos França
    O ministro das Relações Exteriores, Carlos França
    Foto: Marcos Corrêa/PR