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    Israel insiste em embate; fontes do governo brasileiro falam em exploração do sofrimento de vítimas

    Em vídeo publicado nas redes nesta quarta-feira (21), chanceler israelense aparece ao lado de brasileira que participou do festival durante o ataque do Hamas, em outubro de 2023

    Jussara SoaresGabriela PradoRaquel Landimda CNN , Brasília e São Paulo

    O chanceler isralense, Israel Katz, voltou a publicar nas redes sociais uma provocação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quarta-feira (21).

    Fontes do governo afirmam que, por enquanto, não pretendem responder e dizem que o foco atual é a preparação do país para o G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo).

    Nos bastidores, no entanto, dizem que postagem é um “show” com uso do sofrimento das vítimas.

    Em um vídeo publicado na plataforma X (antigo Twitter) nesta quarta-feira (21), Katz aparece ao lado de uma brasileira que participou do festival de música durante o ataque do Hamas, em outubro de 2023.

    O chanceler de Israel diz que “após a comparação entre a nossa guerra justa com o Hamas e os atos desumanos de Hitler e os nazistas”, Lula deveria ouvir a mensagem da brasileira.

    Em um trecho do vídeo, Rafaela Triestman afirma se sentir esquecida pelo governo do brasileiro.

    “O Brasil, o governo brasileiro, em nenhum momento entrou em contato comigo, com Rafael Zimmerman, com Jade Cocher, com Ranani Glazer, com a família de Ranani Glazer, que foi brutalmente assassinado no dia 7 de outubro, com a família da Karen, que foi brutalmente assassinada no ataque do dia 7 de outubro, com a família da Bruna, foi brutalmente assassinada no dia 7 de outubro e, realmente o governo não foi mobilizado e simplesmente nós sentimos que esqueceram da gente.”

    Diplomatas ouvidos pela CNN falam em “covardia” e dizem que o vídeo é “repugnante”.

    Uma fonte no Planalto lembra que o Brasil condenou os ataques do Hamas, pediu a libertação dos reféns e ofereceu retorno a todos os brasileiros e israelenses que quisessem deixar o país.

    Para diplomatas, a publicação é mais uma manipulação do governo isralense.

    “Falta de respeito com a brasileira com a tragédia que ela viveu, ela passou por uma experiência traumática e o que se espera que ela fale? Ela vai dizer a experiência dela, o lado dela”, comentou uma fonte sob a garantia do sigilo.

    Parte do corpo diplomático também acredita que essa é uma tática do governo de Israel para manipular o sentimento das pessoas.

    Aliados de Lula afirmam ainda que o presidente brasileiro sempre tentou atuar para auxiliar em uma saída pacífica para o conflito. Destacam que a pedido do presidente de Israel, Isacc Herzog, Lula conversou no início da guerra com países mediadores para falar sobre a situação dos reféns israelenses.

    Na ocasião, Lula fez contatos com o Qatar, Egito, Autoridade Palestina e Irã. Na época, Lula chegou a conversar três vezes com o presidente israelense. Duas por telefone e uma pessoalmente, a pedido do próprio presidente de Israel, em Dubai (Emirados Árabes Unidos).

    Após as falas de Lula, porém, o presidente israelense condenou o discurso de Lula publicamente.

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